3º andar - falta de carisma
Eu sempre digo que os personagens são os grandes responsáveis pelo sucesso de uma narrativa, pois pensem bem, existem diversos bons filmes de ação, mas o que faz de “Velozes e furioso” especial, único? Sim! Suas personas que, com seu carisma conquistaram o coração do público, agora, isso acontece quando nos identificamos com eles, os conhecemos, torcemos por suas conquistas, mas qual seria o caso se não soubéssemos absolutamente nada sobre eles, e eles mudassem abruptamente cena após cena?
Além de inserir personagens aqui e ali sem preparação nenhuma, esta web também não se preocupa em dá-los qualquer personalidade. A todo momento eles são vistos fazendo coisas aleatórias e dizendo piadas em momentos de perigo. Isso somente provoca o afastamento do público destes personagens, pois não compreende suas ações. Ao final, todos parecem os mesmos e nenhum deles conquista a afeição de ninguém.
4° andar - enredo inútil
Agora, pensem comigo, se eu sair com meu carro mas não fizer ideia de para onde estou indo, como será a minha rota? Com certeza, cheia de voltas e mais voltas, ás vezes, pelo mesmo lugar de novo e de novo. E é precisamente isso que acontece com este enredo. Cenas e mais cenas acontecem sem possuir propósito algum, as mesmas falas são repetidas diversas vezes, além dos personagens que não crescem ou evoluem de forma alguma durante a trama.
Para que um enredo funcione, é necessária uma matemática simples: Causa+efeito=resultado, ou seja, algo acontece para provocar outra coisa e isso ocasiona em uma mudança ou crescimento na história. No entanto, quando tudo permanece da mesma forma por quase todo o tempo, sem qualquer alteração, é quando chamamos um enredo de arrastado, inexistente, ou inútil (haha).
5° andar - Arte engajada
E no topo, ou seja, no último andar desta torre invertida, está o que considero um dos maiores erros que encontro não somente em webs, mas em toda a forma de arte hoje em dia. A chamada “arte engajada”. Isso nada mais é que um fenômeno, não muito recente, que simplesmente transformou todo o tipo de expressão artística em apenas uma desculpa para convencer o público a ter certas opiniões. Sim, acredito que todo o autor possui suas crenças pessoais, políticas, religiosas, morais, e não há nada de errado nisso, todavia, quando usamos nosso texto apenas como ferramente para trazer essas mensagens, acabamos tornando nossa obra em um simples panfleto de ideias, que nada difere de um folheto de testemunhas de jeová ou um santinho de eleição.
E isso acontece quando usamos a frase: “Hum, o que quero dizer com a minha história?”, ao invés da correta, que seria: “que história eu quero contar?”.
Devemos ter sempre em mente que, cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões sobre o que ele lê; de maneira nenhuma devemos usar nossas palavras para pregar qualquer coisa; “mas Érika isso quer dizer que não posso inserir o que acredito no que escrevo?”. Claro que pode. Mas aí é que está: isso nunca pode ser a prioridade, pois quando trocamos uma narrativa por um discurso ideológico, a limitamos, e com isso retiramos toda a sua vida e todas as suas possibilidades de expressão.
“Quando a ideologia é mais importante, a arte é morta”.
Ao final, observando todas as suas falhas, acredito que este escritor tem sim talento em elencar situações e personagens, e uma grande capacidade imaginativa, somente não possui ainda as ferramentas para realizar isso. Espero então que esse artigo lhe sirva de ajuda em seu aprendizado. E que eu possa ver uma grande obra surgir daqui a pouco. Mal posso esperar!
É isso ai gente, espero que tenham gostado e fiquem ligados pois logo irá sair um outro artigo aqui na coluna! Inclusive irei falar mais sobre o 5° tópico em um que já estou escrevendo. Quero agradecer mais uma vez os comentários e sugestões! Até lá! Beijoo e bye bye!


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Notas DIGG TV
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2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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