Oláá meus weblovers, como vão vocês? Curtindo a deliciosa bipolaridade climática do Brasil? Pois é, as estações aqui não acontecem semestralmente não, mas todas no mesmo dia! É de regata ás 11:00 e sobretudo ás 22:00, levando o protetor solar e o guarda-chuva; Ah, sem esquecer o barco inflável, vai que dá enchete, né pessoal!
Mas, por falar em bipolaridade... Vamos para a história de hoje?
Autor(a): Selma Dumont Ano: 2020 |
Isso porque, ela conta o drama de Rafaela que sofre com a preferência dos pais pela irmã. Ou seria o conflito de Tamara que teme que descubram que ela seja uma ex-prostituta? Ou talvez, a gravidez indesejada de Paola? Assim, estamos diante de uma obra que simplesmente não conseque decidir o que veio contar!
Para que uma história possua uma direção e tenha sentido é preciso que ela gire em torno de um protagonista ou problema central, desta forma o leitor sente que há um caminho a trilhar e sabe o que esperar, caso contrário, a narrativa fica solta, indo em vários direções e termina por não formar um desenho geral ao qual o público pode entender seu desenvolvimento, mas vários traços dispersos que não levam a lugar nenhum.
E este é, infelizmente o caso desta web. "Mas Érika, isto quer dizer que uma narrativa não pode ter vários núcleos?", é claro que pode, porém, eles devem obedecer á uma hierarquia de importância em função do protagonista". E agora sua cabeça deve estar martelando, pensando nos casos de filmes como "Ele não está tão afim de você", por exemplo, que possue vários personagens com importância igualmente significativa na trama. No entanto, eles obedecem sim à um protagonista, que desta vez não é uma persona, mas um tema, o do amor não correspondido. Sendo assim, os envolvidos agem em função desta mensagem e o leitor entende o caminho que está seguindo a história.
Já em "Ouro blindado", além de se não decidir em qual trama focar, ainda temos problemas internos em cada uma delas, como a de Rafaela: de início, seu problema central é a raiva que sente da predileção da irmã, no entanto, logo o enredo salta e seu objetivo torna-se apenas declarar seu romance homoafetivo á família, até que ela descobre a traição e agora o que pesa mesmo é o tamanho do chifre e ela começa uma caçada contra a rival. E então, de repente, a novela, e somente a novela, pois o leitor se esqueceu há muito tempo, recorda de seu conflito com os pais e Rafaela subtamante rouba a empresa da família; e da namorada mesmo nem se recorda mais.
Paola, sua irmã, engravida de uma relação com dois homens e não sabe quem é o pai, mas quando pensamos que o enredo irá criar um conflito com isso, ou mesmo com a decisão dela entre abortar ou não, logo no começo ela decidi que irá abortar, a trama, então, passa, não para ela escolher uma opção, mas à espera de ela fazer o que desde o começo disse que ia fazer! E o que dizer de Paulo, irmão de Carlos, que no começo da história monta uma joalheria á frente da de seu irmão, alá Chaves e Kiko, mas isto não leva a absolutamente nada, pois a joalheria dele falhe rapidamente e não apresenta mais rivalidade nenhuma?
Podemos ver, assim, a falta de foco, de desenvolvimento e de conflito. Seus personagens não formam uma linha de desenvolvimento, mas a cada cena possuem desejos e realizam ações diferentes que ao fim não levam a lugar algum. Nenhum deles consegue aproximar-se do leitor a fazer-se conhecido e muito menos carismático, isso quando não existem apenas para anunciar propagangas ideológicas, como Dolly e Paola.
Ler esta obra é como assistir á aviões fazerem acrobacias no céu, mas sem aquela fumaça bonita que forma desenhos e letras, e nem com uma coreografia sincronizada, não, apenas aviões, distantes um do outro, rodando a esmo, em volta de si mesmos.
Não há, portanto, muito a dizer, pois nada mais houve, todo o conjunto desta história são ações sem qualquer sentido central, que já não excita o interesse do leitor desde o quarto capítulo, podíamos pular da crise de Rafaela por sua festa de 15 anos até sua entrada na joalheria tomando posse da empresa, que não perderíamos absolutamente nada de importante.
Ao fim, uma história que passa e não deixa a impressão de ter sido qualquer coisa. Como uma moeda de Ouro, sem brilho que facilmente é confundida com uma de 25 centavos.
E aí o que vocês acharam weblovers? Deixem nos comentários! E não esqueçam de votar na próxima enquete, para decidir a review da semana! Até a próxima, beijoo e bye bye!
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Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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