Após,
começava o ensaio. Mas estava cada vez mais difícil o entendimento entre todos.
- Muito
bem... – Anunciou a professora – Vamos ensaiar a última cena!... Quando o
príncipe finalmente encontra a cigana e declara seu amor a ela... Rebeca e
David, preciso que venham ao centro do palco!
Os dois
se olharam imediatamente. Um olhar frio chocou-se entre eles. Tiveram um gesto
hesitante.
- Vamos!
O que estão esperando? – Incitou a senhora autoritária.
Os dois
caminharam lentamente até o centro. Sem se encararem.
- Agora,
vocês irão dançar! E quando David falar o texto, irão se beijar, ok?
- O quê?
– Os dois falaram juntos encarando a professora.
- O que
achavam? Estão interpretando um casal! – Elizabeth sustentou-se firme.
-
Desculpe senhora! – Rebeca começou – Mas acho que não será necessário!
- Que
foi? Tem medo que o seu namoradinho Pedro fique com ciúme? – Ele a provocou.
- Não, eu
só não quero vomitar no palco mesmo! – Rebateu ela com raiva.
- Sem
discussões! – Ordenou a professora – E vamos logo com isso! David! Pegue-a pela
cintura!
Rebeca
mesmo a contragosto consentiu em colaborar. Não demorou muito, e ela sentiu
suas mãos cobrindo grande parte de seu corpo. Sentiu ele aproximar-se
juntando-a para mais perto.
Porém, a
cada passo que tentavam tomar, era evidente a falta de entrosamento e vontade
entre eles.
- Quer
parar de pisar no meu pé? – Ela irritou-se.
- Perdão
princesa, talvez eu pudesse acertar se parasse de ir pro outro lado!
- A culpa
não é minha se você é um idiota desajeitado!
- Rebeca
e David! Já chega! – Exaltou-se Elizabeth – Rebeca! Deve deixar David conduzir!
Ele,
então, exibiu um sorriso largo e cínico revelando uma face vencedora.
Logo,
Rebeca vencida pela situação, deixou-se ser conduzida por seus passos largos.
Os olhos dele procuravam não se encontrar com os seus, pareciam extremamente
desconfortados.
Os
movimentos tornaram-se leves, e à medida que aumentaram, diminuía a distância
dos corpos. Rebeca pôde sentir a pele aquecer-se com a respiração de David
sobre seu pescoço. Estremeceu ao ter as pernas dele levemente encostando nas
suas enquanto rodavam. Parecia que nada existia ali além deles. Por um momento,
quis imaginar que todas as suas palavras de ódio, todas as acusações, não
passavam de um pesadelo.
A
professora espantou-se com a cena, os dois interpretavam muito bem um casal
apaixonado, pensou.
Enquanto
que Carla, incomodava-se cada vez mais com aquela proximidade e chegava a
pensar que talvez ainda existisse sentimento entre eles.
A música
de repente esgotou-se. Os dois olharam assustados como despertando de um sonho.
David soltou-se rapidamente.
- Acho
que já chega desta cena! – Falou Carla ainda segurando o botão do aparelho de
som – Quer saber? Achei bastante cafona, devemos trocar esse final por algo
mais moderno.
- O quê?
Mas não pode mudar o que eu escrevi! – A professora contestou firme.
- Meu pai
me deu autorização para fazer qualquer coisa que achasse necessário para
melhorar o espetáculo!
- Eu sou
a diretora aqui! Se não for do meu jeito não vou afrente dessa peça, já disse!
Não vai mudar o meu texto! – Exclamou a diretora.
“Veremos!”.
Pensou Carla decidida.
Rebeca
observou David descendo rapidamente do palco, era claro o desconforto e
desprezo que ele sentia por ela.
- Por
hoje é só! – Avisou a senhora – Nos vemos amanhã pessoal!
Rebeca
permanecia ali, estática. Como era possível? Que com apenas um toque ele fosse
capaz de fazê-la se sentir daquele modo?
- Olha,
tenho que dizer que você interpreta muito bem! – Carla aproximou-se em um tom
cínico – Eu podia jurar que ainda sente algo por ele!... – Avistou a face de
Rebeca silenciosa – Enquanto que o David, por outro lado, nem olhou pra você! –
Ela sorriu – Sabe, ele estava falando comigo sobre você, disse que foi apenas
uma diversão e que não significa nada pra ele!
Rebeca
não deu resposta alguma. Pegando suas coisas saiu rapidamente do auditório.
Carla
sorriu, então.
No dia
seguinte, o diretor estava examinando alguns papéis, quando sua filha Carla
apareceu.
- Filha,
eu já não te falei para bater na porta antes?
- Pai, eu
vim por que eu preciso de um favor seu... Eu preciso que me de autorização para
mudar a peça!
- Mas, por que quer mudá-la? – Ele perguntou intrigado.
- Mas, por que quer mudá-la? – Ele perguntou intrigado.
- Ela é
muito brega e antiga... Eu estava pensando em algo mais moderno e original! – Fez
uma pequena massagem nos ombros do pai, sugestiva.
- Sinto
muito princesa, a senhora Elizabeth só aceitou ser a diretora se respeitassem
seu texto, perdoe-me, mas, não há nada que eu possa fazer, aliás, ela é uma
professora bastante competente!
Carla
cruzou os braços em tom de impotência.
- Pelo
menos poderia me conceder um pedido? – Olhou-o suplicante. Ele balançou a
cabeça concordando – Eu quero que deixe eu me transferir pra esta escola!
Ai, eles tem que ficar juntos de novo! Pena que a Rebeca não baixa a guarda hehe
ReplyDeletea historia ta otima, to louca pelo proximo!
beijos...:)
Ja odeio essa Carla tomara que ela escorregue no proprio veneno!
ReplyDeletegostei muito do capitulo to louca pelo proximo!
beijos...
Esses dois nao tem jeito msm! Amei o capitulo, e ja viciei na web, gostei do jeito que voce faz com que todos os personagens tenham participaçao na historia e voce escreve muito bem, parabens!
ReplyDeleteposta mais...
beijos, visita la, e me avisa sempre que tive post novo!