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Título Original: Click Ano: 2006 Diretor: Frank Corasi |
É bem conhecida a adoração que os telespectadores tem pelos trabalhos de Adam Sandler. Não só por ser um bom comediante e possuir carisma. Seus personagens sempre tendem a características muito humanas e comuns, digamos assim. É sempre o rapaz bom, com seus defeitos normais, que só deseja o bem no fim das contas. Nada mais que a maioria de nós. Fazendo com que cada um possa se identificar. Não temos ali um Homem- Aranha ou Super-Homem, porém, no limite de nossa realidade, conseguimos um herói.
E acredito
que seja essa a chave para o êxito de filmes como Click. São histórias que
falam conosco. São nossas preocupações, nossos medos e desejos, colocados em
tom de humor, escrachado sim, não nego, de mal gosto muitas vezes, mas
apresentado com leveza. Acompanhamos o drama de um homem típico (Michael
Newman), um arquiteto de classe média, que sonha em dar a sua família uma vida
melhor (Já se identificou?). Até que um dia, ao sair para comprar um controle
remoto universal, um homem misterioso lhe oferece um com funções mágicas: ele
poderá passar, pausar ou voltar a qualquer momento de sua vida. Dando a este
sujeito comum o poder de controlar sua existência.
E é
impossível não passar a trama toda sem se indagar quais seriam nossas decisões
se estivéssemos no lugar do protagonista. Logo, o vemos fazer escolhas que
muitas vezes tomaríamos também. Vindo em seguida as consequências, óbvias, mas
de um peso enorme para qualquer um que assiste. Pois fala da essência humana.
Que é querendo ou não, previsível. Sabemos que iremos morrer, que nada do
que construímos aqui ficará. Mas ainda sim, continuamos a cometer os mesmos
erros. E é disso que esse filme se trata.
Choramos com
as lágrimas do pai, não por nenhum detalhe técnico, e sim, por enxergarmos
nossos equívocos. Quão dura não é a última cena que mostra a morte do mocinho.
O fim, para aquele que viveu a vida em vão. Que pode ser dito, um dos maiores
medos do ser humano. Deixando, no entanto, uma mensagem para seu filho:
“família em primeiro lugar”. Sei que muitos entendidos da sétima arte tremem só
de ouvir. “Faltou sutileza", "que lição de moral mais clichê”. Concordo. Mas
também sei de uma coisa. Sua linguagem “simples demais” falou com muitos dos
que, inocentemente, esperavam apenas uma comédia boba pra se entreter. E saíram
dos cinemas refletindo sobre suas escolhas e prioridades.
Quando falo
sobre “Click” com alguém, sempre ouço o quanto o mesmo o fez rir e chorar. E o
quanto o ensinou também. Porque, a verdade, mesmo os “intelectuais” não
querendo admitir, é que a alma humana quer o que sempre quis, sonha com o que
sempre sonhou: os valores de Deus, amor entre seus entes e felicidade. E se soa
simples pra eles, o problema não está nessas coisas em si, mas neles, em não
dar valor ao que realmente possui. Recomendaria, então, que assistissem ao
filme novamente.
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