Olaa, meus weblovers mais lindos deste planeta!!! Tá, exagerei, né? Mas acho que vocês me entendem, é a saudade imensa que eu estava de tudo isso! E eu espero que vocês também, viu? haha. Vamos recapitular tuuudo o que aconteceu neste mês que estive fora... Tic, tac, tic, tac... Além das brigas no Facebook por causa de política, acho que nada :/ portanto, enxergo mais como uma missão divina o dever de agitar suas tardes novamente! Relaxei, estudei, e pus os pensamentos em ordem para voltar mais ativa e exigente do que nunca! E para abrir com chave de ouro nosso comeback, não poderia deixar de ser uma web de peso, né. Vamos lá?
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Autor: Marcio Rodrigues Ano: 2018 |
Antes de tudo, tenho que falar que achei maraaa essa trama ser baseada em Lygia Fagundes Telles, autora que simplesmente amoo. E é claro, longe de dar a ela uma vantagem, lhe trouxe uma expectativa muito maior. E bem colocada, pois é só dar uma olhada no primeiro capítulo para perceber a diferença de seu estilo para muitas outras que se veem por aí. Grafia excelente, diálogos coniventes, enfim, em detalhes técnicos um primor. Sem falar do ritmo, um dos melhores pontos da obra e devo dizer, quase nunca visto: o autor não perde tempo com falas soltas ou acontecimentos sem conexão, pelo contrário, todo o espaço é aproveitado meticulosamente, entregando a história de uma maneira prática, mas que surte efeito.
Porém, há uma diferença entre conseguir levar uma narrativa e conseguir levar o leitor. O que infelizmente, tenho que dizer, não aconteceu. E acredito que uma das grandes razões foram os personagens e suas motivações. Logo no início, devíamos nos compadecer do drama da mocinha que se apaixona por alguém que não pode ter, certo? Mas o desenvolvimento deste romance é tão raso e acontece de maneira tão repentina que torna-nos incapazes de acompanhar. Eles estão vivendo um grande pecado, algo para ser mantido em segredo, sufocado, imagine o clima de romance proibido que isso não teria se tivesse sido bem aproveitado, no entanto, os protagonistas quase nunca são analisados intimamente, fazendo com que saltem de uma ação para outra sem preparo nenhum. (Traço característico do estilo de Lygia e que me surpreendi de não encontrá-lo na obra). Isso tudo provoca no leitor a sensação de estar assistindo a algo do lado de fora. Fazendo impossível com que o enlace romântico, que deveria ser o grande pilar da história, tenha qualquer carisma ou torcida.
As ações e desejos dos envolvidos também são um caso à parte. Sem qualquer conflito interno que fosse tido como perceptível para quem lê, Jose Alberto rouba um beijo da irmã e no dia seguinte, desculpa-se como se fosse um mal-entendido qualquer. Assim também Elisa que ao ver os dois aos beijos no jardim sai furiosa pela traição e nem tanto chocada pelo fato de serem irmãos. E tudo isso gera um tom de absurdo enorme, pois se hoje em dia o incesto já seria um escândalo, imagina naquela época?
E não são somente os principais que sofrem desse mal: Elisa que mostra-se uma moça comum, amorosa com a irmã e apaixonada pelo rapaz rico da cidade de repente, salta para uma vilã, com predisposição até para matar. Lucia que declarava ódio mortal a Diaz, no final dos capítulos, alega o querer de volta, em suspiros. O erro pode estar na compreensão do que é um personagem "redondo", ou seja, aquele com várias camadas. Não trata-se de alguém lançar-se de uma personalidade a outra de qualquer maneira, e sim, construir na linha da história, meios que expliquem suas evoluções psicológicas. Caso contrário, parecerá que estamos diante de um bando de esquizofrênicos!
A narração mostrou-se ser um problema igualmente. Com termos repetidos muitas vezes, ela ganha um tom infantil que contrasta com a proposta da trama. Sem contar, as inumeráveis vezes em que nos explica algo que já entendemos faz tempo como se fossemos crianças de cinco anos aprendendo a falar. Chega a ser engraçado como o narrador prediz o que o próprio personagem vai dizer em seguida.
O clímax também não causa, pois, as revelações têm reações tão rasas e os conflitos são resolvidos tão rapidamente que parecem nunca ter acontecido. A impressão que fica é que o autor não sabia muito bem aonde queria levar a história, misturando elementos que já vimos a exaustão em várias outras e acabou perdendo-se sem levar a rumo nenhum, a não ser a uma segunda fase.
Sem querer ser injusta com "Princesa do Sertão", não posso negar-lhe os elogios ao estilo requintado e enredo bem colocado, que a colocam acima de qualquer outra, no entanto, minhas críticas focam o objetivo da web em si e se foi alcançado. E creio que apesar de seus erros não serem tão grandes assim, o maior deles foi precisamente o pior: não encantou. Ao final, temos uma bela novela para passar a tarde, mas que infelizmente, passará igualmente.
Bom gente, esperam que tenham gostado dessa grande volta e que fiquem ligadinhos para mais críticas aqui no blog! Que bom estar aqui com vocês outra vez!!! Até a próxima, beijoo e bye bye!
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- Notas
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