Helloo meus weblovers adorados, tudo bem com vocês? Eu estou
ótima, mesmo que às vezes, mais cansada que o sutiã da jojo todynho, mas fora
isso, tudo bem, nada como escrever para vocês para relaxar. Pode parecer
loucura, levando em conta os ataques e xingamentos que já recebi, mas este é
com certeza o cantinho que mais me desestressa, afinal, depois de lidar com
chef tirânico, pessoas mal educadas e muito estresse e pressão, adolescentes
com síndrome de grandeza, não são nada, não é mesmo? E foi pensando nestas
dores de cabeça do nosso dia-a-dia que resolvi escolher a web de hoje, pedida
por um de vocês, um triller psicológico cheio de acontecimentos sobrenaturais e
assassinatos. “Mas peraí Érika, não era pra ser supostamente uma trama leve
não?”, alguns podem dizer. Mas não se preocupem, caros leitores, pois em
matéria de susto, o único que tive com esta obra, foi com o quanto ela é ruim!
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Autor(a): Paulo Victor Ano: 2018 |
Somos introduzidos a uma velha mansão, em que, Marisa, seu
marido Pedro e Felipe, seu único filho, acabam de se mudar. Até que conhecemos
Arlete, governanta de muitos anos do antigo dono que, vendo-se sem emprego é
aceita pelos novos proprietários. A partir daí então, diversos acontecimentos
aparentemente inexplicáveis passam a assombrar as vidas e as mentes destes
moradores.
E não é preciso ser um critico para saber que, se tratando
de uma web de terror, o sentimento evocado em suas cenas deveria ser o medo,
certo? Mas acontece que todas as suas tentativas de surtir o mesmo são tão
falhas que a todo momento eu me perguntava se o que ele pretendia mesmo era
fazer um remake gótico de “Simão, o fantasma trapalhão”, mas ficou com vergonha
de admitir. E pra isso ele se vale de todos os arquétipos conhecidos e usados a
exaustão no gênero: sons que surgem do nada, luzes que se apagam, vultos e etc.
Porém, cometendo um erro fatal e comum para os inexperientes: de maneira
alguma, em nenhum momento, ele nos diz o que devemos temer. Vejam, o leitor já
sabe que se trata de um lugar assombrado, portanto, é mais que esperado por ele
que objetos irão se mexer e coisas estranhas acontecerão. O que realmente deve
assustá-lo, no entanto, é o ser ou monstro por trás destes efeitos. Sentimos
medo de sons a noite ou passos no corredor, porque eles anunciam a presença do
ser que tememos e não o contrário.
E isso acabou por destruir completamente todo o mistério e
suspense que a narrativa propôs-se, já que, ela estruturou-se inteiramente no
dilema se os eventos estranhos proviam mesmo daquela casa ou eram causados por
uma pessoa de carne e osso com intenções malignas para com os que lá moravam.
Porém, ao tornar a “força sobrenatural” em inexistente, ela excluiu
completamente essa alternativa deixando claro para o leitor desde o início quem
era a perpetuadora daquelas ações. Portanto, o enredo tenta dar diversas voltas
com isso, mas assim que se revela “o grande mistério”, a única resposta
possível do público é um bufar de total tédio.
No entanto, não há história que bons personagens não salvem,
não é mesmo? Bom, quem dera fosse o caso aqui! Pois se o tédio já toma contou
de você com aquele incrível mistério, espere para ter seus pés tirados do chão
com essas personas pra lá de desinteressantes! A começar pelo fato de não
sabermos absolutamente nada sobre eles! Nenhuma introdução ou traço
característico é nos dado para lhes dar algum tipo de personalidade ou carisma,
sendo assim, todos parecem os mesmos na trama. Sério, não foram poucas as vezes
em que tive que reler de novo o mesmo trecho, porque havia confundido um
personagem com o outro! (Pior foi ver que não tinha feito diferença nenhuma!).
É imprescindível em uma obra, que o leitor se identifique ou torça por pelo
menos uma pessoa representada, e em um texto de terror isso se torna crucial,
afinal, como, se não ligamos para os envolvidos na história, suas vidas
correrem perigo, o grande cerne da questão em enredos de horror, irá prender
nossa atenção?
E isso piora ainda mais com as ações totalmente sem sentido
dessas personas. Eles pareciam completamente indecisos do que realmente
queriam, o que transformou o enredo em uma bagunça total. Marcela sempre
acreditou que sua mãe era uma assassina, mas depois de uma conversa com um
estranho que a RAPTOU e era AMIGO DE SUA MÃE, ela de alguma forma fica em
dúvida e termina por ir morar com ela! Felipe e Marisa, mesmo acusando Arlete
de ter cometido todos os atos criminosos naquela casa, nunca fazem NADA de
concreto contra ela. Sem contar em James que se identificava como um inimigo
mortal da vilã, disposto a vingar a morte de seu pai, mas, de repente, sem
explicação alguma, resolve que o problema está mesmo na casa e se encaminha pra
lá para EXPLODÍ-LA! E detalhe, pedindo para que todos, inclusive a megera, saísse
da casa! (???).
A escrita é relativamente decente, embora os diálogos
apresentem uma infantilidade enorme. Os personagens não cativam, o mistério não
empolga e a obra não prende. Mas em uma web em que nem seus personagens sabem o
que estão fazendo ali, isso é mesmo surpresa?
Ao fim, saí sim totalmente assombrada, embora, acredito, não
fora nesse sentido que o autor esperava.

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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