Heloo meus weblovers, como vão
vocês? Evidentemente, se perguntando quando ia sair mais um artigo desta
maravilhosa coluna, certo? CERTO? Haha. E antes que pensem que possa ter me
dado uma louca daquelas da Ana Paula Arósio fugindo para fazenda, devo dizer
que estou com conjuntivite. Sim, meus queridos leitores, e por isso, incapacitada
de olhar uma tela de computador por mais de uma hora, poréemm, minha saudade e
amor pelo o que faço aqui é tão BIG que mesmo com os olhos vermelhos e remelentos
resolvi escrever para vocês hoje! Eu não sou uma graça? (Soei a Hebe agora,
gente). Portanto, mantenham-se um pouco afastados, para não se contaminarem,
mas já aviso, que com a trama de hoje, não há como não se ver um pouquinho
contagiado.
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Autor(a): Megan Clarke Ano: 2019 |
E isso é porque ela vem com um tema
forte e extremamente carismático, quando os dois gêmeos, Samuca e Alex,
separados na infância, se reencontram e resolvem trocar de lugar. (Sim, vibes
de Ashley Olsen e Mary Kate, não é? Amooo <3). Mas acontece que, longe de
ser apenas uma curiosidade infantil em conhecer a vida um do outro, essa troca
tem um único objetivo: vingar-se de Getúlio, avô de ambos e responsável por
separá-los, e diga-se de passagem, por todas as maldades na história.
E é óbvio que com um enredo deste o
leitor não pode evitar em se ver completamente imergido nesta ideia. Principalmente
quando se adiciona a mistura, personagens carismáticos e igualmente marcantes.
Todos eles colocavam seus sentimentos as claras a todo instante, fazendo de
suas interações e conflitos muito mais chamativos e interessantes. E que
romance foi o de Samuca e Bruna, não é mesmo? Sério, minha gripe não me permite
um bom olfato, mas de longe se podia sentir o cheiro da química destes dois. A
autora soube explorar as fraquezas dos mesmos tornando-as em uma ponte para que
ambos se conectassem. E para nós torcemos por este couple incrível, é claro! Junte
a isso, o bom ritmo que não perde tempo com inutilidades e chega logo ao ponto
e temos uma excelente e atrativa obra.
Tá, neste exato instante, você deve
estar apenas esperando eu terminar meu blá blá blá, e dar a boa nota, para ir
ler esta história, estou certa? Mass, (Sim, lá venho eu com o “mas”),
infelizmente, as aparências podem enganar. E com isso quero dizer, que mesmo
uma obra carismática por fora pode possuir erros gravíssimos de estrutura de
texto, e mesmo assim não perder a beleza e o encanto exterior. Portanto, quero
mostrar a vocês, que muitas vezes, para descobrir se uma trama de fato é boa,
temos que ir muito além do que os olhos conseguem ver!
Lembra que eu te falei que os dois
gêmeos foram separados quando crianças? E isso com certeza adiciona um peso
dramático a trama. Mas e se eu te contar que isso ocorreu porque o pai de
Ravena, um homem frio e cruel que não pudera aceitar a paternidade sendo de um
mero pescador, ao descobrir isso anos depois, expulsa mãe e filho. Sim. Filho,
pois ele fica com a outra criança. Talvez, então, algumas perguntas pairem sobre
sua mente, como: “POR QUE RAVENA NÃO DENUNCIOU O PAI E PEDIU PELOS FILHOS NA
JUSTIÇA?”, certo? Mas isso é óbvio, meu weblover bobinho... É porque... Senão
eles não cresceriam separados e não teríamos história alguma para contar. Óbvio!
E eu dou um prêmio para quem
descobrir o motivo mais sensato que Ravena encontra para manter o samuca e o
marido longe de Alex, que ficara com Getúlio... Dizer que ele morreu! Sim, pois
é melhor traumatizar para sempre seu filho e mentir para um pai desolado, do
que simplesmente avisar que eles não podem vê-lo, caso contrário, vão morrer.
(Sim, a polícia aqui também é completamente descartada), mas que escolha
razoável, senhoras e senhores! E eu poderia até me perguntar como o comunicado
da morte de alguém pode ser dado assim, sem nunca ser averiguado. Não houveram
noticiários, velório, nada?... Mas, não, que estupidez a minha, isso
atrapalharia totalmente o enredo, tipo assim!
Fica evidente que todas as escolhas
tomadas no enredo não foram feitas baseadas na personalidade de seus
personagens ou suas intenções, mas sim, no que era conveniente ao que a autora
desejava para dar seguimento as ações. Definitivamente um erro de estruturação
em que o leitor sério consegue sentir a fragilidade da base que sustenta os
conflitos, assim, colocando o mesmo em uma posição entre abandonar a história
ou comprar a ideia, em troca do carisma dos personagens e tema. Mas é aí que
está: uma boa obra, nunca deixa o leitor escolher, mas sim, o enreda de uma
forma tão impressionante que, deixar de lê-la simplesmente não é uma opção!
E embora as ações tenham sim
movimentado o enredo e eletrizado a história, é somente dar uma segunda olhada
para percebemos um fato: elas não levam a lugar algum. Por exemplo, Nicole
sempre quis vingar-se de Getulio, mas nunca fez nada para desencadear isso, até
que de repente, resolve passar por empregada da casa para ir atrás de seu
ex-namorado e, por uma aleatoriedade do destino, acaba encontrando-se com Mário
o subornando logo em seguida, e do Samuel mesmo, ela se esquece totalmente. Ou
os protagonistas, Samuel e Alex, que trocam de lugar, o grande tema central na
história, mas, troca essa que, se olharmos bem, não serviu em nada para prender
Getúlio, pois o que o prendeu foram os documentos que Bruna achou por acaso em
um cofre, que sei lá porque razão o velho guardou com ele. (Sim, alguns velhos
guardam cds e vinils para se lembrar dos tempos dourados, este guarda provas de
crime, não vamos julgar, certo?).
E eu poderia citar e citar situações
desencadeadas pelos envolvidos que não surtem nenhum efeito ou se surtem, é
totalmente devido ao acaso. Sem contar, nas subtramas como a de Miguel e Ravena
que terminaram sem resolução alguma, ou na falta total de introdução e
caracterização aos personagens do bloco de Eduardo, fazendo do mesmo descartável,
embora tivesse potencial.
E quem dera eu pudesse dizer que ao
menos os personagens escaparam a este padrão, porém, mesmo carismáticos ao
público, mostraram-se nebulosos e confusos quanto a suas intenções. Tudo bem,
boas decisões não é bem a praia destas personas, sabemos disso, mas manter uma
linha de personalidade seria o mínimo! Alex, é nos mostrado no começo como esse
rapaz mimado e rico, feito aos moldes da crueldade de seu avô, a quem admirava,
mas é só conhecer o irmão, que toda essa construção desaparece, simplesmente. E
Bruna, que aparentava não ter escrúpulos nenhum a ponto de até mesmo dormir com
Mário, no entanto dizendo-se apaixonada por Alex, e que logo transforma-se em
uma frágil moça que esquece-se de qualquer sentimento pelo último e cai sem
qualquer conflito interno nos braços de outro homem!
E como disse anteriormente, eu
poderia continuar por séculos, pois literalmente essa transição acontece com
todos os envolvidos na trama. E acredito que se deriva na frase tema da novela,
representando o mal e o bem que existe em nós. No entanto, o que há aqui é o típico
erro, quando o autor procura dar ambiguidade a suas personas, mas acaba
tornando todos em um bando de esquizofrênicos. Vejam, a ambiguidade, vem no
sentido de “várias faces de algo”. No entanto, são as faces daquele objeto e
não a transformação dele em outro. Ou seja, é como se eu contasse a história da
Maria das couves que odeia gatos. Mas no terceiro capítulo a colocasse vivendo
com um bando de felinos. Vocês teriam algumas perguntas, não teriam? “Como ela
mudou de ideia?”, “O que fez ela tomar essa decisão”, “Como alguém que odeia
gatos vive com eles em casa?”, não faz sentido não é mesmo? Da mesma forma,
acontece com estes personagens.
Mas, apesar dos erros apresentados e
quase dissecados aqui, quero dar os meus maiores parabéns a autora. É evidente
seu crescimento e evolução tanto em escrita quanto em diálogos. Ela manteve-se
no foco desta vez, tornando seus protagonistas e antagonistas visíveis ao
público, e com exceção do bloco de Eduardo, manteve o enredo limpo e direto. É
a primeira vez em que revisito a obra de um autor que recebera uma nota baixa
minha e minha surpresa e alegria não poderia ser maior. Por isso, dedico este
artigo inteiramente a Megan e sua nova jornada em busca de aprimoramento. Sim,
você tem muito a aprender, assim como todos temos, mas já está andando a anos
luz de muitos! Em pouco tempo e já vejo uma obra como essa?? Meu Deus, já estou
preparando meu coração para a próxima haha.
Ao final, o grande mérito desta
trama foi o de conseguir encobrir sua falta de estrutura com um incrível
carisma. Lindos personagens, linda ideia e linda trama, mas é como Alex e
Samuca, e só darmos uma segunda olhada, para percebermos o truque.
Então é isso meus weblovers
adorados. Nos vemos na próxima crítica e para alegria de vocês, mais uma
sugerida nos comentários. Até a próxima. Beijoos e bye bye!
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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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