Erika G.

E aíí meus weblovers, como vão vocês? À espera da alma gêmea ou do aquecimento global? Bem, ao menos sabemos que um deles vai acontecer, não é mesmo? Ou será que vai? Lembro de ter ouvido que este ano seria o mais quente da história! Não contesto, – Ai de mim! – mas usar uma blusa gola alta em pleno dezembro me faz pensar que se este for o mesmo painel que fez as estimativas para o inferno, então talvez ele não seja tão ruim assim! E falando em inferno, que tal falar em pecado? “Pecado? Como assim pecado Érika?”. Quem não se lembra dos sete pecados capitais? Ou melhor, quem nunca os cometeu? (Ah, não se façam de santinhos!). Mas vocês sabiam que eles também podem ser praticados na arte? Afinal, como toda a expressão humana, ela vem carregada de seus traços, inclusive seus erros. A gula por exemplo, pode ser a ganância pelos likes, pela fama... Em que o autor sacrifica sua originalidade ou a vontade de contar uma boa história em troca do sucesso... Ou a avareza , quando o escritor se economiza, não concede o seu melhor, mas dá apenas os restos ao público... Portanto, chamem o padre senhoras e senhores, pois a trama de hoje pecou!

Tudo começou bem, ambas as personagens possuíam pontos dramáticos em suas vidas que conquistaram a torcida do leitor, principalmente Yasmim que sai de casa pelo padrasto abusivo. O enredo então acerta em fazer com que a competição de modelos seja um ponto de virada para elas, deixando o leitor na expectativa desse acontecimento. As relações entre os envolvidos também é muito bem feita, deixando claro para nós o sentimento existente um com o outro. Tínhamos carisma, uma boa ideia... O que deu errado? Bem, acontece que nada do que é prometido pelo autor realmente acontece! Vejamos, a grande competição que pretendia mudar a vida das mocinhas? É vencida sem qualquer esforço e logo perde a total importância; o grandioso plano de vingança da terrível vilã que o planejou por anos? É desbaratado rapidamente, a levando a tomar medidas agressivas e estupidas no final, sem falar na motivação do seu imenso ódio, mais infantil impossível! E o mistério central da trama então? O grande vilão do guarda-chuva? É... tão óbvio que dá sono! Sem qualquer enredo então o que temos? Uma enxurrada de diálogos e mais diálogos entre os personagens que apenas preveem ou anunciam o que vai acontecer, mas que de fato nunca fazem nada! E isso só piora quando as falas das personas começam a ser as mesmas o tempo inteiro! Os mesmos chavões, expressões e xingamentos, sempre em tão histérico e estereotipado! E esse é outro grande problema nesse texto: seu humor, ou a falta dele no caso. O autor aposta em frases de efeito, e situações como a briga de duas senhoras jogando comida uma na outra, crendo nisso estar a mais bela peça humorística, mas afirmo, se atinge a zorra total nos seus piores dias, já é muito! Inclusive, as vezes em que ri nessa web podem ser contadas! Ou melhor, contada!

Mas não para por aí, tão encantado está o escritor com seu talento para a graça que cria personagens como Eddy tão caricato que chega a ser patético; a viagem das duas assistentes em que se deparam com um mexicano atirador não somente sai de qualquer tom realista construído antes na história como é completamente sem propósito. E por falar nisso, se alguém conseguir me explicar a razão para a existência da subtrama de Nicoleta e Bino eu faço uma categoria especial no adoroawards só para você! O romance é sem açúcar, e Yasmim, única parte realmente verdadeira nesse show de estereótipos, termina perdendo a força, abatida e sem brilho. Ao fim, se essa narrativa fosse um trem, diríamos que ela teve um bom ponto de partida, mas que se perdeu desorganizado até desembocar no mais profundo abismo do esquecimento! Após a leitura, refletindo sobre tudo isso, pude ver que o autor se encontrou claramente tão apaixonado por seus personagens, suas falas espalhafatosas e seu humor gliteroso que se esqueceu de construir uma boa história. O enredo, inexistente, não passou apenas do pano de fundo necessário para exibir as suas “criaturas”. A passarela que deveria mostrar a modelo sonhadora enfim realizando seu sonho, serviu somente de palanque para personagens vazios, que não cresciam ou faziam nada a não ser repetir os mesmos padrões programados. Vazio. Tudo o que é vão... Focado apenas na aparência... Te lembra alguma coisa? Portanto, o pecado desta obra foi ter se apaixonado tanto por si mesma que em um desejo louco e egoísta escolheu não compartilhar-se com mais ninguém! Então é isso gente! O que acharam? Deixem nos comentários! Até a próxima. Beijoos e bye bye!