Em meio às distintas
vozes concorrentes entre os que calorosamente torcem e os que da mesma forma
repudiam, levantar a voz sobre a copa, coloca-nos inevitavelmente em um desses dois
grupos. Mas não corro o risco da rotulação injusta à toa. Por mais tabus e polêmicos
que sejam certos assuntos, sua necessidade gritante de serem discutidos me
impele a fazê-lo, não por nenhum gosto de "causar", mas de explanar mais
do que um sentimento, um grito sufocado na garganta de vários brasileiros.
Vemos cada dia mais
nosso país afundar-se na lama, junto a economia, educação, moral, segurança,
sem termos um alívio sequer. Lutamos arduamente para comprar o alimento, enquanto
metade dele vai para as benesses de políticos gananciosos que só aumentam os
impostos todos os dias. E quando pensamos em finalmente termos nossos rumos
mudados com o voto, nos deparamos com urnas fraudadas com dados que não podemos
conferir! Somos um povo estuprado! Com a mordaça em nossas bocas e mãos atadas atrás
das costas.
Muitos podem argumentar
então, "o que ganhar este torneio mudará nisso tudo?". E a resposta é óbvia, no entanto o contrário também é verdadeiro. Fazendo com que, na verdade,
toda essa rivalidade de pensamento seja irrelevante. O que importa não é se
assistir a copa vai piorar ou não o alienamento do povo. E sim, do que vai fazê-los
acordar. Em outras palavras, precisamos parar de discutir causas para os
determinados problemas e começar a discutir a solução para eles. Pois a
verdade, é que há um jogo sim. E sendo jogado a muito tempo pelos mesmos
atletas, em togas e ternos caros. E nós, nem na arquibancada estamos, mas lá
fora, impedidos de entrar. E o que está sendo colocado entre seus pés,
esmagado, é o Brasil.
É difícil, eu sei,
encontrar esperança em meio a um cenário desolador, porém, é necessário que
vejamos até onde chegamos para podermos avançar. Conseguimos acordar os brasileiros,
para assuntos que antes seriam impensáveis que qualquer um se interessasse, eu
sou prova disso. Fomos as ruas maciçamente em busca de mudanças, desorganizados
sim, ainda estamos aprendendo mas o fato é que já foi posta a pequena semente.
Aquela que produz as grandes revoluções que iniciam-se quando o povo aprende a
falar.
É incrível ver a
mudança nas plataformas virtuais, com tópicos políticos em alta e nomes antes
obscuros, habitantes apenas das câmaras, na boca e nos trending do Twitter. Nunca
fomos tão conhecedores dos projetos e decisões de Brasília, o que é encarado em
desolação pelos corruptos. Foi de imenso prazer, ver a mobilização nacional a favor
da greve dos caminhoneiros, embora sem saber manifestar-se, a multidão foi em
maioria a favor mesmo com todo o clamor da mídia que propagava mentiras atrás
de mentiras para difamar o movimento. Isso mostra o quanto nossos canais de
informação perderam espaço e já são merecidamente desacreditados. Um movimento
muito parecido aconteceu nos Estados Unidos, quando lentamente o YouTube
tornou-se a plataforma em que verdades que não apareciam no mainstream
circulavam. Canais como Paul Joseph Watson, Mark Dice, ganhando milhões de
inscritos e transformando a mentalidade dos americanos culminaram na eleição de
Donald Trump. Portanto, ao visualizarmos o mesmo fenômeno aqui, é inevitável a
sensação de uma mudança radical nos rumos de nossa nação.
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