Uma das coisas pelas quais mais me encanto, e acredito, é intrínseco de ser um conservador, é a realidade. “Nossa, mas como admirar as coisas horríveis que acontecem?”, alguns podem dizer. E realmente, certas coisas na terra não são nem um pouco boas. Mas quando falo que amo a realidade, quero dizer que sinto maravilhamento pelo belo que existe no fim de tudo.
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Título Original: Bruce Almighty Ano: 2003 Diretor: Tom Shadyac |
Em outro artigo, discorri sobre a essência humana usando como exemplo o filme “Click”. Expliquei seu encantamento ao abordar os medos e desejos inatos de todos nós. E foi aí então que me lembrei de uma outra comédia que amo e sei que muitos também. E que foi rechaçada pela critica tanto quanto. “Todo Poderoso”.
Lembro de quando assisti pela primeira vez e o quanto rimos com Jim Carrey sendo o magnífico comediante que é! Cenas icônicas como ele levantando o vestido da moça, andando sobre as águas e dividindo a sopa ao meio, permanecem no imaginário do publico até hoje! E novamente, sem querer me repetir, indago: Porque, mais uma vez, a opinião dos entendidos e do público é tão distinta? (Levando em conta o sucesso tremendo do longa).
A história acompanha o drama de Bruce, que, embora noivo da linda Grace e tendo um emprego de destaque no jornal local, encontra-se infeliz. Culpando Deus pelas suas angústias, um dia é “bipado” pelo próprio Criador, ganhando do mesmo seus poderes.
Já ouvi alguns dizerem que esta trama é apenas um deboche escrachado do ser divino. Pobre de quem não conseguiu enxergar o que realmente o filme quis mostrar: quem somos perante Deus. O Senhor, em nenhum momento, aparece manchado ou ridicularizado, pelo contrário, sábio e amoroso, conflitando sempre sua bondade com nossa perversidade. No caso do nosso protagonista, acredita que o mundo deve favorecê-lo e que o Senhor tem a culpa por seus problemas.
E quantos de nós não somos assim? Escolhemos nossos caminhos ruins e quando enfrentamos as consequências nos fazemos de vítimas. Culpamos Deus pela fome, o acusando de mau, enquanto não dividimos o pão, não confortamos o fraco... Os personagens, ao ganharem o que queriam do Todo Poderoso, mostram-se insatisfeitos. E tudo se torna um caos, pois os seres humanos não sabem o que querem. E Bruce, então vê que ser Deus não era fácil como pensava.
E assim, após apresentar nossa real natureza, o enredo nos confronta, nos ensinando ao passo que nosso herói avança em entendimento, quais os desejos do Criador para conosco: que façamos o bem, trazendo assim, um pouco do céu para a terra. Nada mais que as mensagens de Jesus, que nunca prometeu um mundo perfeito, no entanto, nos incumbiu de levar a beleza do evangelho a todos. No fim, quem esperava apenas rir, acaba refletindo sobre nossa relação com o onipotente e nosso dever neste mundo. Grandioso, não?
E tudo isto em tom de humor. Incrível! Aí está mais uma vez a explicação para seu sucesso. O ser humano sempre sentiu uma ligação com o transcendente, o sobrenatural e sempre se indagou o que faria se estivesse no lugar do grande onisciente. Este filme, mesmo que de uma forma simples, responde a esta pergunta. Então, meus caros críticos, podem debater, espernear, dizer que é “muita lição de moral, beatice”, o que for, mas a verdade é uma só: o ser humano sempre estará em busca de sua ligação com Deus e seu amor por nós. E eis o que mais amo na realidade: ela nunca mente, ela nunca muda, pois ela foi feita pra ser assim.
Nunca tão bela. Nunca tão divina.
"Você quer ver um milagre filho? Seja um milagre."
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