Título Original: Shallow Hal Ano: 2001 Direção: Bobby e Peter Farrelly |
A mais de 17
anos a comédia “O Amor é Cego”, chegou as telas. Dá pra acreditar? Ainda vemos suas
reprises na sessão da tarde, pois mesmo não tendo tido sucesso nas bilheterias
americanas, é mais que claro o imenso carinho que o público brasileiro tem por
este longa. E com tanto tempo de casa, é mais do que óbvio que saibamos tudo
sobre a história, certo? As cenas épicas de Rosemary caindo na piscina,
elevando o barco, acabando com o milk shake, ainda permeiam nosso imaginário. Porém,
devo dizer, há muitas coisas que você não sabia sobre este filme.
A trama acompanha as tentativas amorosas de Hal (Jack Black), um típico rapaz de classe média solteiro. Acontece que sua busca pela “beleza perfeita”, não o está levando a nada mais que seguidas frustrações. Até que um dia, ao encontrar-se com um guru em um elevador, tem sua percepção modificada. A partir daí então, ele passa a enxergar as pessoas como são por dentro. E ao encontrar-se com Rosemary, uma garota obesa e solitária, ele não a vê assim, mas como uma bela mulher.
A trama acompanha as tentativas amorosas de Hal (Jack Black), um típico rapaz de classe média solteiro. Acontece que sua busca pela “beleza perfeita”, não o está levando a nada mais que seguidas frustrações. Até que um dia, ao encontrar-se com um guru em um elevador, tem sua percepção modificada. A partir daí então, ele passa a enxergar as pessoas como são por dentro. E ao encontrar-se com Rosemary, uma garota obesa e solitária, ele não a vê assim, mas como uma bela mulher.
E é claro
que os momentos em que a percepção de Hal e a realidade se conflitam, nos dá
as gargalhadas que queremos e pelas quais a trama é famosa. Portanto o
telespectador que apenas quer se divertir tem suas expectativas preenchidas com
satisfação. No entanto, muitos conseguem perceber que há sim uma mensagem por
trás de tudo isso. Só não ainda conseguiram entender qual. Acreditam que o
filme trata-se de uma critica aos padrões estabelecidos pela mídia. Em como
temos que ser magros e belos para sermos aceitos. E sim, a história aborda isso
em tons garrafais e até óbvios. Mas é sobre o superficial que ela está falando.
E isso se
prova pelo título da obra em inglês “Shallow Hal”, que significa Hal superficial. Não se trata de uma garota gorda que tem que aprender a se
aceitar, independente dos gritos opressores da sociedade, mas sobre a coragem
de ser. Todos os personagens têm seus dilemas. Como o amigo deles Walt, que não
possui pernas normais, Mauricio, que possui uma cauda, a pequena Cadence que
tem o rosto queimado... Cada um lidando com suas próprias identidades e
defeitos. Ser como são em meio ao mundo das aparências. Que não está na mídia,
nos outdoors, e sim, neles mesmos.
Um mundo dominado
pelo o que está externo, simbolizado na história pelo olhar de Hal, que após
ouvir de seu pai que a felicidade estava na chamada “perfeição”, começa a
buscar sua aprovação nas coisas fúteis da vida. Isso demonstrado não apenas no
sentimental, relacionamentos sem sentido e vazios, como no modo todo como vê a
vida e quem o cerca.
E é na
tomada de consciência dele que a trama se desenvolve. Começando por
apaixonar-se por rose. Uma garota diferente de todas com as quais se
relacionou. Logo, com o avanço do romance, sentimentos mais profundos lhe
abarcam, fazendo-o conectar-se pela primeira vez alem do físico. Ao passo que
todos a sua volta ganha tons de humanidade. Como é bela a cena que o mesmo
abraça Cadence, abrindo mão ao mesmo tempo de seu medo de enxergar. Ver as
pessoas como realmente são, e não apenas as imagens ideais que queria
delas. E tudo para culminar no belo
clímax, em que o protagonista aceita sua amada, apesar de não ser o que imaginou.
Porque já a amava. A via.
Todos ao fim conseguem seus finais felizes, inclusive Mauricio que acha uma bela moça que adora cachorrinhos. Mostrando-nos que nossas barreiras estão em nós. Shallow Hal, não culpa o sistema, mas sim as pessoas, e não fala de beleza e sim da falta dela. A decadência da vida, que deixou de ser deliciada para apenas ser deliciosa.
E quantos de
nós não vivemos assim? Concentrados no que nós queremos que vejam em nós e não
em quem realmente somos. Damos mais importância ao que é vazio, sem conteúdo e sem
duração para momentos e prazeres furtivos. Espero então, que ao final, possamos
tomar a mesma decisão de Hal. “Posso pegar um caminho e ter tudo o que quero,
ou posso ir pelo o outro e ser feliz de verdade”.
Por fim,
Hal não descobriu que o amor é cego, e sim, que somente ele é capaz de ver.
- O
superficial Hal quer uma garota?...
Caramba, texto muito bom. Estava procurando no google por essa frase hipnotista, mas nada aparecia. Até que encontrei esse texto lindo, que não vou comentar tanto, mas achei incrível como rever as coisas depois de um tempo, nos ajuda amadurecer e crescer nossas compreensões sobre a vida. Meus parabéns! - @ber.junior
ReplyDeletePoxa, só posso agradecer de coração esse comentário. Fico muito feliz mesmo! ❤️
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