Mas, além de fomentar conceitos noscivos, o Dark romance pode levar ao vício. Não é novidade que a pornografia causa a dependência, isso devido a um hormônio poderoso de recompensa; Quando o jovem acessa esse tipo de conteúdo, uma escalada de dopamina é atingida, fazendo com que ele queira acessar novamente, mas com o tempo, os níveis se regulam e para alcançar o mesmo efeito é preciso procurar algo mais intenso. A pornografia gore, de sexo extremo, com mulheres sendo estranguladas ou abusadas a ponto de sangrar se popularizou com os anos e estudos apontam a relação do vício com mudanças drásticas na sexualidade. Uma pesquisa feita na Inglaterra demonstrou que quase metade das jovens entrevistadas esperavam receber algum tipo de agressão durante a relação e a maioria dos homens acreditavam que a mulheres gostavam disto. Conteúdos de orgias, BDSM e até pornografia infantil também são apontados como consequência desta escalada, quanto tempo demorará para que as fantasias se tornem reais é o que nos perguntamos.
Como o menino de 13 anos da geração 2000 que teve seu primeiro contato com o sexo naquele vídeo X, hoje a menina de 12 anos está lendo descrições gráficas de cenas de abuso sexual, estrangulamento e violência física. Isso gerará todo o tipo de disfunções, chegando até mesmo no conhecido apagão sexual, mostrando desinteresse pelo sexo real e verdadeira intimidade.
Mas o que estaria levando tantas mulheres a consumirem o dark romance? E a resposta é complexa. Alguns apontam para o elemento da exploração sexual sem restrições, afinal, fomos um gênero reprimido sexualmente por séculos, e é conhecido que mulheres preferem a leitura a videos. No entanto, embora o sexo seja um atrativo, é somente ler essas histórias para perceber que nenhuma delas se trata de práticas de sexo diversas, a maioria está num contexto hétero, monogâmico e tradicional. O que as diferencia é o contexto em que a mocinha se vê cativa: ameaçada por uma arma, amarrada, drogada... O mesmo demonstra a preferência do gênero em sites pornôs: em comparação com os homens elas tendem a gostar de conteúdos misóginos e agressivos. Isso prova que o fascínio não está na exploração e sim na dinâmica de poder.
Em uma universidade dos Estados Unidos, pesquisadores queriam descobrir como mulheres reagiam a fantasias de estupro, em entrevistas com mais de 355 estudantes femininas, a descoberta foi surpreendente: mais de 62% fantasiavam sobre serem violadas. Falei sobre isso em meu artigo “porque elas preferem o lobo mau?”, ao contrário do homem, que se valida pelo o que possui a mulher se valida por ser desejada; agora, imaginem, quanto poder não há em ser tão irresistível a ponto de levar um homem a cometer atos criminosos só para te ter com ele?
Ao mesmo tempo, o perpetuador usa força e liderança para subjugá-la, algo extremamente sedutor para a mulher; Apesar de batê-la, a agressão parece servir mais para demonstrar o poder do homem do que machucar a protagonista algo como se, quanto mais ele batesse mais admiração ela sentisse, durante o ato, ele consegue convencê-la pela performance, a conquistando e ela tem sua gratificação sexual.
E o que te lembra esse cenário? Uma princesa aprisionada que somente conseguirá escapar conquistando o coração do príncipe transformado em monstro? O arquétipo da fera sempre teve seu apelo com o gênero feminino, seja por motivos evolutivos ou outra razão, nós sempre buscaremos pela parceiro com potencial agressivo, pois julgamos que ele será capaz de nos defender, mas essa agressividade, é claro precisa ser usada no momento certo, ela precisa ser domada. E novamente a questão do poder entra em cena, pois a única capaz de domar aquele homem e provocar sua mudança é a garota especial. Ele é extremamente forte, incontrolável, poderoso, mas é somente ela sorrir pra ele e ele é dócil como um cordeirinho. É óbvio que o sexo explícito e violência exacerbada estão longe da versão do conto de fadas, mas coloque na mistura uma geração infiuenciada pelo feminismo libertário e pela banalização da pornografia e temos uma bela e a fera +18 sob efeito de esteróides!
Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
Mas o que estaria levando tantas mulheres a consumirem o dark romance? E a resposta é complexa. Alguns apontam para o elemento da exploração sexual sem restrições, afinal, fomos um gênero reprimido sexualmente por séculos, e é conhecido que mulheres preferem a leitura a videos. No entanto, embora o sexo seja um atrativo, é somente ler essas histórias para perceber que nenhuma delas se trata de práticas de sexo diversas, a maioria está num contexto hétero, monogâmico e tradicional. O que as diferencia é o contexto em que a mocinha se vê cativa: ameaçada por uma arma, amarrada, drogada... O mesmo demonstra a preferência do gênero em sites pornôs: em comparação com os homens elas tendem a gostar de conteúdos misóginos e agressivos. Isso prova que o fascínio não está na exploração e sim na dinâmica de poder.
Em uma universidade dos Estados Unidos, pesquisadores queriam descobrir como mulheres reagiam a fantasias de estupro, em entrevistas com mais de 355 estudantes femininas, a descoberta foi surpreendente: mais de 62% fantasiavam sobre serem violadas. Falei sobre isso em meu artigo “porque elas preferem o lobo mau?”, ao contrário do homem, que se valida pelo o que possui a mulher se valida por ser desejada; agora, imaginem, quanto poder não há em ser tão irresistível a ponto de levar um homem a cometer atos criminosos só para te ter com ele?
Ao mesmo tempo, o perpetuador usa força e liderança para subjugá-la, algo extremamente sedutor para a mulher; Apesar de batê-la, a agressão parece servir mais para demonstrar o poder do homem do que machucar a protagonista algo como se, quanto mais ele batesse mais admiração ela sentisse, durante o ato, ele consegue convencê-la pela performance, a conquistando e ela tem sua gratificação sexual.
E o que te lembra esse cenário? Uma princesa aprisionada que somente conseguirá escapar conquistando o coração do príncipe transformado em monstro? O arquétipo da fera sempre teve seu apelo com o gênero feminino, seja por motivos evolutivos ou outra razão, nós sempre buscaremos pela parceiro com potencial agressivo, pois julgamos que ele será capaz de nos defender, mas essa agressividade, é claro precisa ser usada no momento certo, ela precisa ser domada. E novamente a questão do poder entra em cena, pois a única capaz de domar aquele homem e provocar sua mudança é a garota especial. Ele é extremamente forte, incontrolável, poderoso, mas é somente ela sorrir pra ele e ele é dócil como um cordeirinho. É óbvio que o sexo explícito e violência exacerbada estão longe da versão do conto de fadas, mas coloque na mistura uma geração infiuenciada pelo feminismo libertário e pela banalização da pornografia e temos uma bela e a fera +18 sob efeito de esteróides!
Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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