Um dos
grandes terrores quando se começa uma web, ou basicamente qualquer trabalho
artístico é a tão assombrosa crítica. E não são poucos os que paralisam
completamente, nunca dando a chance de ter suas obras expostas ao público,
apenas pela leve chance de algum dia, oh meu deus, alguém não achar tão bom
assim. E mesmo os que conseguem juntar coragem para o fazê-lo, se não xingam
quem os avalia, soltam a famosa frase em sua defesa: "porque não faz
melhor?". Mas é claro ver que ambos estão agindo pelo mesmo sentimento:
medo. De que afinal? Alguns podem perguntar. Mas este é o problema! Ninguém
nunca se perguntou. Bem, mas como esta série trata-se exclusivamente das minhas
experiências, vou explanar para vocês tudo o que compreendi nessa minha jornada
sobre esta ameaça tão presente na vida dos autores e como aprendi a lidar com
ela.
De fato, ouvir frases negativas não
é nada fácil. Algo como um sentimento faltante e desequilibrador nos abate,
fazendo-nos sentir menores ou defeituosos. Mas aí é que está a questão: sabemos
que somos imperfeitos e o quanto nos é dito para aceitarmos e até amarmos estas
características "incorretas" em nós. Acontece que nem sempre foi
assim, houve um tempo em que nos disseram que sim eramos perfeitos e que tudo o
que fazíamos era lindo e correto. O tempo da infância. E quem estava dizendo
isso não era nada mais nada menos que nossos pais, o seres que supostamente
mais amamos e confiamos, portanto, cremos em suas palavras. A partir daí, é que
começamos a ligar o amor deles ao fato de não termos defeitos. Ou seja, se um
dia eu cometer algum erro ou for considerado minimamente defeituoso, não serei
amado.
E é claro que isso, assim como
todas as razões humanas, ficam no subconsciente, lugar da mente onde não nos
damos conta do porque fazemos ou sentimos certas coisas. E também é evidente
que o mesmo pode não ocorrer para todos, ou alguns em maior escala do que
outros. Quem não conhece aquela amigo perfeccionista demais? Que não pode ver
nada fora do lugar? Pois é!
E assim como muitos, minha auto
estima estava muito ligada ao que falavam de mim. Morria de medo de qualquer
pensamento sobre mim que parecesse levemente negativo. Assim eu sempre omitia
minha opinião com medo de desagradar as outras pessoas, quando não fazia tudo
que podia para agradá-las. E junte tudo isso a um blog no começo e uma
escritora insegura e temos o resultado para o que foi apresentado no primeiro
episódio: uma louca correndo atrás de aprovação kkkk.
Portanto, podem imaginar que meu
primeiro contato com uma opinião divergente não foi nada promissor! No começo,
ficamos na defensiva, tentando provar por A mais B de que não erramos. Logo,
uma raiva por aquela pessoa nos invade. "O que ela sabe, afinal?". No
meu caso, foi minha primeira leitora. Motivo? Ela me apontou um simples erro de
português. Sim, e eu fiz todo esse barraco! kkkk Que patético! Mas acontece que
não faz diferença o tamanho do escorregão. Qualquer erro é inadmissível para
quem é tão rígido consigo mesmo. E assim, qualquer palavra dita a mim que não
me parecesse satisfatória já era motivo para desespero! E lá se vai a Érika
arrogante a quem nem Shakespeare chega aos pés, terminar seu web com orgulho,
como sendo a nona maravilha do mundo!
Até que um belo dia, algum tempo
depois, resolvi a ler novamente. E meu Deus, como encontrei erros. Erros
patéticos, que saltavam aos olhos! E devo dizer, se fosse a Erika G. ao lê-la
hoje, com certeza lhe daria um 1.0 fácil! A escrita era infantil, a narrativa
primária e os personagens não tinham qualquer profundidade. Foi então que percebi
que muitas vezes estamos tão entusiasmados e cheios de amor por nossa ideia que
ficamos completamente cegos! E que a única forma muitas vezes de encontrar a
saída neste estado era pedir a ajuda de alguém. A crítica enfim, nada mais era
que um cão guia! No entanto, eu ainda a abominava! Mas após me perguntar o
porque e obter a resposta explicada acima, percebi que o verdadeiro motivo era
que não queria admitir de maneira nenhuma que pudesse haver erros em mim!
Desta forma, disse a mim mesma que
eu não era perfeita, e nem precisava ser para que alguém me valorizasse. E
embora, difícil, me convenci em aceitar este meu estado incompleto. Somos seres
em constante evolução. E esta é a graça da vida. E se eu não tivesse cedido ao
fato de minha trama não ser tão boa assim, ela nunca teria sido reescrita e não
me orgulharia dela agora. E creio que este é o ponto crucial que separa um
amador de um verdadeiro e nato escritor: quando colocados na situação entre seu
ego e sua obra, o escritor verdadeiro preferirá por admitir que cometeu um
deslize do que sacrificar sua escrita.
Descobri por fim, que a chave para
enfrentar a crítica é perder o medo de ser humano, de errar, de se dar a
oportunidade da tentativa e erro. Viver, enfim! Ao invés de encarar o desvio
como uma abominação, vê-lo como consequência de estar procurando o caminho
certo!
Não vou posar aqui como aquela que
nos dias atuais ouve análises negativas com um sorriso no rosto. Não. Mas com
certeza não a veja mais como inimiga. Ouço, pondero para ver se ela está certa
(ah, é sempre bom perguntar pra mais de um pessoa), e depois paro e penso como
posso fazer para mudar. Por exemplo, há um tempo atrás entreguei um texto meu
para uma amiga ler e acontece que a reação dela não foi nada como eu achei que
seria. Ela não se empolgou, não foi conquistada pelos personagens, nada!
Realmente um banho de água fria nesta escritora aqui kkk. Bom, eu poderia ficar
chocada, como nos primeiros instantes fiquei, mas logo mandá-la à merda! Porém,
confiando de que ela só quer o meu bem e estava sendo sincera, li outra vez. E
quer saber? Ela tinha razão!
Viram? Quando olhamos para o
contraditório como uma forma de nos orientar para o que é certo, aceitando que
os erros não nos fazem menores, é quando a crítica perde a força temerosa! E de
tão amiga, vira aliada. Pois hoje, quem é a crítica sou eu. Terá sido uma forma
de me vingar? Bom, quem sabe. Como disse anteriormente, os processos da mente
nem sempre são explicados haha!
É isso aí meus queridos weblovers!
Gostaram do artigo? Podem ser sinceros, eu aguento kkk. Beijoo e bye bye!

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
KKKKK AMEI O FINAL HAHA
ReplyDeleteÉ TÃO DIFÍCIL ACEITAR CRÍTICAS. EU ERA ASSIM TAMBÉM E AS VEZES INFELIZMENTE EU FICO COM MUITA RAIVA, MAS DEPOIS... TENTO RECONSIDERAR... E VAMOS INDO KKK DEPOIS ATÉ AGRADEÇO PELA CRÍTICA. AJUDA BASTANTE!