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Título Original: Fifty Shades Ano: 2015 Diretor: Sam Taylor-Johnson |
Não é mistério para
ninguém a verdadeira histeria em volta desses "pombinhos". A autora
de Cinquenta Tons de Cinza, E. L. James e seus milhões que o digam! Milhares de
exemplares vendidos pelo globo inteiro. No YouTube, maior plataforma de
entretenimento virtual, centenas de vídeos dos vilões de Batman em cenas
românticas e trilhas sonoras doces alcançam visualizações imensuráveis. Blogs
feministas, críticos e mídia começam a apontar então, para os riscos da
"romantização" do que eles consideram "exemplos de abuso
doméstico e opressão feminina", alegando que isso estaria promovendo e
colorindo situações machistas e criminosas e assim, influenciando milhões de
meninas a envolverem-se em relacionamentos abusivos.
Sendo assim, isso nos
leva a uma constatação simples: se o que está sendo louvado é a "violência
masculina", os assim chamados fãs destes couples, seriam todos homens
machistas e violentos, certo? Todavia, ao examinarmos mais atentamente a
questão encontramos um pequeno problema: a quantidade de seus
"adeptos". Como citado acima, passam dos milhares! Seriam então todos
estes, homens opressores? Poderia ser, acontece, que examinando mais de perto
ainda descobrimos que na verdade, a maioria esmagadora de seus admiradores
constituem-se de mulheres! Isso mesmo! Mulheres de todas as idades, etnias,
religiões e sexualidades. Estaria o sexo feminino então louvando o próprio
sujeitamento? Certamente que não. Fica evidente então que essas mulheres devem
estar enxergando algo além do observado pelos demais. O que estaria tornando
mulheres do mundo todo sedentas por uma relação com Christian ou Coringa?
E isso tudo pode ser
explicado em uma palavra. Poder. Como assim, podem pensar, essas personagens
estão completamente dominadas por seus parceiros, onde há o poder nisso? Vamos
começar pela definição do que seja poder. Poder nada mais é que a capacidade de
influenciar os seres humanos. Mas não falo de poder no sentido estritamente político
ou financeiro, e sim, no poder de conquistar as outras pessoas. É conhecido
que, o modo com que, os que convivem ao nosso entorno nos olham, tratam e
classificam, é a matéria principal com a qual construímos nossa autoestima, nos
enxergamos e sentimos sobre nós mesmos. Ou seja, quanto mais pessoas consigo
conquistar, mais amado sou, portanto, melhor sou. E é aí que entra uma
diferença essencial na mente masculina e feminina. O homem exerce essa
influência pelas coisas que tem. Suas propriedades, bens materiais. Ao
contrário da mulher, que prefere obter essa validação por ela mesma. Sua
beleza, seu charme, seu poder de convencimento.
Tendo o centro de seu
amor próprio arraigado à sedução por seus atributos sentimentais e físicos, não
é difícil entender a dinâmica por trás do fascínio por Christian e Coringa: se
ao conseguir o afeto de alguém, sou boa, quanto mais desafiante esse alguém
aparenta ser, mais valor tenho por conquistá-lo. Sendo assim, um homem que
demonstra problemas, mistérios e traumas, sempre terá sua dose maior de
interesse perante ao gênero feminino. Adicione à mistura a biológica tendência
materna que toda mulher abriga em si e terá milhões de espectadoras suspirando
por cada abertura e pequena demonstração de afeto que estes "príncipes incompreendidos"
soltem. Está explicado o tão famoso "amor por bad boys", e o porquê
de muitas casarem-se com estes tipos sonhando que um dia eles mudarão, e ela, a
garota especial, única capaz de realizar essa mudança, poderá orgulhar-se para
sempre de seus feitos.
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