A web de hoje foi escolhida a pedido de um leitor. Agradeço a sugestão e todo o carinho. E pra vocês que caso queiram que eu critique uma história só dizer nos comentários, ok?
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Autor(a): Felipe Rocha Ano: 2018 |
Mas peraí... Drama? Otimismo? Estamos falando da mesma novela? Pois, o único sentimento que consegui ter durante tudo aquilo foi o de alívio quando finalmente acabou! Gente, eu tenho que dizer para vocês, em todo esse tempo, eu nunca havia lido uma história tão vazia, sem sentido, mas acima de tudo, tão chaaaaata como essa! Afinal, mesmo as que eu detonei na crítica conseguiam me render risadas e entretenimento, porém, esta me fazia literalmente rolar de dor ao me ver iniciando mais um capítulo. "Érika, mas não pode ser tão ruim assim, né". Alguns podem interpelar. Por isso, considero mais como uma missão explicar pra vocês os horrores que passei ao ler esta "obra". Portanto, não encarem este artigo como uma crítica comum, mas como um daqueles documentários de pessoas que se perdem em florestas e vem a público para contar o que viu. Gente, EU SOBREVIVI!
Vamos começar pelo enredo né, ou o que podemos considerar um: Guto quer se tornar um corredor de fórmula 1.
É isso. Não, literalmente é só isso. O resto é tudo uma baboseira sem tamanho que não leva a lugar nenhum! Vejamos, Luigi sofre com o preconceito racial que o pai tem com sua namorada. Eles vão conseguir vencer? Mudarão a ideia do pai? Do que importa? Ele acaba ficando com uma outra garota mesmo! A namorada sai louca pelas ruas e o grande vilão vira mendigo! Melissa namora escondido um rapaz com síndrome de Down. Eles conseguirão ultrapassar os obstáculos e se casarem? Pra quê? Ela se envolve com outro cara e o pobre some da trama sem explicações maiores. E até o próprio protagonista, ao que tudo gira em torno de seu sonho, volta e meia se vê indeciso se realmente quer aquilo ou não. E assim como estes, todos os outros blocos surgem com seus dilemas e são largados sem desenvolvimento ou propósito algum. Dando a impressão clara de uma história inócua.
Mas, já tínhamos visto várias assim. O que a eleva acima das outras, no entanto, é seu talento excepcional de ser TEDIANTE COMO O INFERNO! E estou falando de ter uma cena inteira dedicada a um jogo de tabuleiro logo perto do final! Personagens que aparecem só pra dizer coisas aleatórias e que ninguém se importa ou casais que se formam, mas que igualmente ninguém dá a mínima. É, romance também não é o forte aqui.
E não bastasse o ritmo ser mais morto que a caminhada de um caixão em dia de enterro, o nível de loucura que acontece é praticamente insuperável! A narrativa diz se passar em 1972, tanto é que, uma das personas chega até a reclamar da Tv em preto e branco, porém, logo em outra cena meninas tiram fotos em seus celulares última geração e dizem que irão postar no Instagram??? Quê??? Ou o autor fumou alguma coisa ou está fazendo uma nova versão de "de volta pro futuro" e não nos avisou! E podem tentar defender dizendo que talvez ele possa ter errado a data, mas isso é evidentemente impossível, pois Guto que nascera em 1953 é revelado ter 16 anos. Sim, as contas não batem, ele deveria ter então 19 anos. Mas se a web passa em 2018 ele deveria ter nascido em 2002 e tal afirmação sobre a tv não faria sentido! Mas, pensando bem, em meio a tanta insanidade, não me surpreendo nem um pouco!
O tom das cenas é completamente infantil tendo situações como um empresário rico ameaçando uma mulher com uma arma em plena luz do dia! Tudo isso para ficar com um filho que ele mesmo tenta matar no final da novela. Um vigarista sequestrando um garoto que ele nunca viu na vida acreditando que ele vencerá todas as corridas para ele, sendo que o menino nunca entrou em uma pista de Kart antes. E o próprio protagonista que destrói um bar inteiro, apenas porque o amigo lhe ofereceu uma droga. Não poderia somente ter dito "não"?? E são tantas outras cenas absurdas, que colocá-las aqui torna-se impensável! Mas, nada, NADA se compara ao diálogo completamente fora da casinha desta trama! Com certeza, um dos piores que já presenciei em toda a minha vida!
Você já imaginou o que diria caso seu marido amado de tantos anos estivesse na UTI? Olímpia simplesmente diz:
GUTO — Não é possível que está acontecendo isso, minha mãe! Eu tô com medo de que possa acontecer o pior.
OLÍMPIA — Já refleti dessa maneira. Como ele ficou nervoso com a Melissa, A pressão arterial deve ter subido, aí veio aquelas complicações. Podemos contar que é a sexta vez que o seu pai tem um infarto.
GUTO — Já passou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e sobreviveu!
OLÍMPIA — Sim, é. Sobreviveu! Mas, ao mesmo tempo que pensamos positivo ou negativo, temos que olhar entre linhas, pelos dois lados.
Ãh??
E isso acontece durante a web toda! Os envolvidos nesta narrativa parecem entregar suas falas como verdadeiros robôs, isso quando não desembocam em um discurso enorme e histérico, mas com um conteúdo completamente fora da personalidade deles. Como em uma conversa entre um pai e uma filha de classe baixa em que, eles discutem e o senhor solta de repente sobre uma tal teoria dos olhos nostálgicos!
E isso tudo é devido ao grande erro desta novela: sua mensagem! "Ah, Érika, peraí. Você sempre disse que devemos ter algo a dizer.". Exatamente. Mas, é algo a dizer em sua história, e não sua história ter algo a dizer! Ou seja, sua mensagem deve estar dentro do enredo, e não o enredo dentro da mensagem. O que acontece aqui, é que autor priorizou tanto o que ele queria passar que se esqueceu completamente de escrever uma novela boa. Transformando toda a sua "obra" em apenas uma desculpa para um enorme textão de Faceboook! Seus personagens, então, nada mais eram que porta vozes das suas teorias, mas de nenhuma forma possuíam personalidade, intenções e desejos seus. E é claro que o que resulta daí é algo sem emoção ou carisma algum. E o recado em si, de tão enfadonho e repetitivo não surte qualquer efeito.
Creio então, que o autor tinha sim o que passar. Só errou a forma e a rede social. Autores, entendam: a arte não é uma ferramenta pra você passar seus sermões e lições de moral. Como diz um excelente filósofo: "quando a ideologia vem em primeiro lugar, a arte morre". Portanto, a literatura pode sim ter o que dizer, mas antes de tudo suas palavras devem emocionar. E a única palavra que me emocionou nesta web foi "FIM".
E gente, um recadinho:
Este artigo é referente à terça-feira, que devido a uma gripe não pude colocar a tempo. A partir de hoje, estarei dando uma pequena pausa. Não, não se trata de mais um mês e nem estarei descansando, muito pelo contrário, vou estar trabalhando e muito em algo que tenho certeza que vão adorar, mas que por necessitar de bastante esforço precisarei me ausentar do "ADOROWEB", porém, valerá muito a pena, garanto! Beijoos e bye bye!

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
• Direito de Imagem (Rating)
Designed by starline / Freepik
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Essa crítica feita â Heroi Nacional parece mais ter é o intuito de denegrir o Felipe Rocha que é o autor dessa web. Ele se esforçou, deu o melhor dele para escrever e é obrigado a se deparar com uma critica como essa , e ainda por cima a pedido de um leitor. Herói Nacional é uma web de cunho filosófico , que aborda vários temas atuais como sonhos, racismo e até Síndrome de Down. Acho que vocês deveriam fazer é uma critica construtiva , por que isso foi uma critica para denegrir o autor e sua web.
ReplyDeleteEu sou amigo do Felipe Rocha e sei muito bem da qualidade do texto dele.
ReplyDeleteEm nenhum momento busquei denegrir o autor, afinal, não o conheço, mas apenas busquei avaliar sua obra. Como crítica, não posso avaliar o esforço empregado ou se as mensagens contidas são boas ou más, isto não vem ao caso, e sim, as estruturas técnicas da história: enredo, diálogos, clímax, escrita e outras tantas características que constituem um texto bem realizado, e neste caso, ela falhou. Portanto, aconselho que mude seu conceito de crítica, pois não se trata de rebaixar ninguém, mas simplesmente avaliar se trata-se de algo bom ou ruim. Se herói nacional fosse uma boa trama, ficaria feliz em exaltar-lhe as boas qualidades, acontece que infelizmente não foi, e a tive que avaliar assim.
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