Mas e quanto
à vítima? Muitas vezes, é punida por apenas ter se defendido. Como o caso muito
divulgado do cunhado de Ana Hickmann que defendeu a mesma dos disparos do
bandido que invadiu o quarto deles. E agora, está sendo julgado por “excesso de
legítima defesa”.
Tudo isso
cria no imaginário popular a visão que o mal é apenas um bom que se corrompeu
pela sociedade. E que o crime compensa. Não há de se espantar, então que isso
refletiria em nossa literatura. Hoje, o público totalmente dessensibilizado,
ovaciona e aplaude a cada novo bordão da vilã da moda. O mal, portanto, não é
tão ruim assim.
Por consequência,
o bem também não é mais visto como absoluto. Os personagens todos têm seus
defeitos. Ficando quase impossível distinguir de que lado um ou outro está. Não
quero dizer novamente que as personas não devem ter mais camadas e suas
particularidades, porém, o bem não está na pessoa em si. E sim, no que ela
acredita. E vejo que, nas narrativas atuais todos defendem a mesma coisa:
dissolução dos relacionamentos e família, meios sujos para alcançar o que se
quer. Estamos diante enfim, de histórias feitas de antagonistas.
Mas não
acredito que a população aceite isso. Pelo menos não conscientemente. Engole
todos os dias, por falta de opção e condicionamento. E a razão é o grande
sucesso de filmes como “Os Vingadores”, por exemplo. Vemos uma comoção mundial
ao redor de um enredo tão simples, mas nunca tão capaz de unificar: “A luta
entre o bem o mal”. Heróis e vilões. Os defensores são completamente endeusados
pelos fãs. A cada golpe, a cada vitória vencida. Juntando pessoas de todas as
idades, todos os credos, todos os países. Mostrando-nos que a humanidade está
sedenta do que é bom. Da justiça.
Não queremos
ver mais uma “louca das tesouras”, matando pessoas inocentes e saindo impune
dizendo mais uma de suas frases repetidas. Queremos pessoas de índole, como
nós. Que sim, tem defeitos, mas acreditam no que é certo. E lutam por isso. São
corajosos, fortes e patriotas. Queremos bondade! Queremos brasileiros, pelo amor de Deus!
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