Oláá meus queridos weblovers, tudo bom com vocês? E ontem foi a sexta de páscoa, e a situação tá tão feia que o pessoal até esqueceu dos ovos e resolveu lembrar de Jesus! Afinal, é mais fácil amar o próximo do que comprar para ele um Kinder de 50 reais! Mas, convenhamos que se este momento trouxe algo bom foi a volta de nossos pensamentos à Deus, só ele tem o poder e o amor para nos amparar no momentos difíceis, e foi Jesus o responsável por nos reconciliar com ele, quando pagou pelos pecados de toda a humanidade naquela cruz, dessa forma, nada mais justo, não é?
A-MÉM irmão, vamos embora pra crítica?
Mas antes de tudo, eu devo adimitir algo embaraçoso: sempre que inicio uma leitura, eu já tenho em minha mente a dedução se ela será boa ou ruim. E esta, não nego, parecia que ia ser mais uma das non-sense, candidata mesmo ao prêmio lixeratura. E digo isso, para que imaginem a minha enorme surpresa, quando me vi completamente enganada!
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Autor(a): Mister Hudson Ano: 2020 |
Mas quando pensamos que o enredo girará em torno do mistério da morte de Emiliano, ele nos entrega a resposta, logo no começo: Larissa e seu filho Ronaldo, o assassinaram em um arranjado acidente de carro. Não sabemos onde o enredo irá apostar, até que encontram uma grande quantidade de drogas no carro de Ronaldo que é imediatamente levado a cadeia. As suspeitas de Larissa recaem então sobre o delegado, e é interessante apontar como a história faz com que o público chegue á essa indagação junto com a personagem. É revelado então o tema central: qual seria o motivo para a perseguição do agente contra Larissa?
Temos assim um tema bastante atrativo que alia-se ao ritmo ágil da trama; e o público se vê intrigado em descobrir o mistério junto com a protagonista. E para isso, ela já tem um plano: seduzí-lo. E aqui encontramos também a primeira inconsistência do roteiro, pois como ela pode imaginar que conseguirá seduzir o homem que a odeia tanto que mandou prender seu filho e apontou uma arma para sua cabeça? Aliás, como um servidor da lei aponta uma arma para uma cidadã e nem é denunciado, é um mistério aparte nessa web, mas levando em conta tudo isso, como ela pode imaginar que ele irá engolir seus intenções subitamente amorosas com ele? Porque eu já vi fetiches exóticos, mas ser quase morta, é a primeira vez!
E ele não engole, é claro, mas causa o rompimento dela com o namorado, Humberto, quando o mesmo chega e a vê nua na cama, ao lado do delegado, fruto de um plano em que o agente trocara as taças envenenadas na noite anterior. Envenenado pelo ódio, Humberto promete vingar-se denunciando os desvios de dinheiro que fizeram; Larissa se vê sem alternativas senão matá-lo, é quando o delegado deixa uma escuta na casa. Após matarem Humberto, Mãe e filho, que acabara de fugir da prisão, são gravados pelo policial, que manda prender os dois. Uma perseguição acontece, e depois um acidente que leva a vida de Ronaldo.
Portanto, após uma boa e eletrizante caça de gato e rato, que entretém bem o leitor e aumenta o desenvolvimento do conflito, chega o momento em que os dois rivais se encaram na sala de interrogatório, o delegado enfim triunfa, e o público aguarda, quase levantando-se do assento, a revelação do mistério. Mas a trama decide por não revelá-lo, no lugar, levando Larissa para cadeia. O roteiro sofre uma quebra da tensão que tinha sido bem construída e levaria ao climax, para saltar no tempo em 4 meses depois.
Ao pensarmos que é o fim para a protagonista, uma velha amiga, cujo a qual nada sabíamos, aparece como a nova delegada. Ela libera Larissa para uma visita ao filho, mas estranhamente ou convenientemente, ela decide ir à mansão. Ao entrar e ouvir a música clássica, ambos, leitor e personagem já sabem a verdade, no entanto, já sem a emoção e pompa que a cena anterior prometia, uma boa oportunidade que a narrativa deixou passar.
- Spoiler alert -
E aqui, o enredo que já não tinha um bom histórico de coerência, decide enfim acabar com a grande incógnita, mas terminando mesmo por deixar uma ainda maior na mente do leitor:
Quer dizer que Emiliano, após descobrir que Larissa o traia, passou um ano planejando sua própria morte, fazendo diversas cirurgias plásticas para se transformar em um delegado qualquer para que quando o matassem assassinassem esse cara e depois quando eles fossem denunciados ele fosse o delegado do caso e iniciasse assim um processo demorado e trabalhoso contra eles, ao invés de simplesmente matá-los?
- Fim do Spoiler -
E este é o risco de criar um bom mistério, quando ele é tão mirabolante que a explicação acaba sendo mais louca que ele, e o público não consegue comprar.
O final também é arrumado ás pressas, pois além da melhor amiga de Larissa voltar e coindentemente ser a nova delegada, é o caso de ela também ter estado investigando o delegado há um tempo e também de ter descoberto tudo neste exato momento, inclusive que ele está agora na mansão fazendo a protagonista de refém.
Terminamos com uma Larissa triunfante, à beira de uma piscina, segurando um drink, com direito á frase de efeito e tudo, porém não conseguimos esboçar qualquer sentimento, porque a personagem nunca foi capaz de cativar o coração do leitor, assim como nenhum dos outros, mas nela, de fato, encontravam-se as maiores contradições: a mesma que dizia estar fazendo tudo pelo filho, era a que abria a champagne contando o dinheiro roubado; dizia ter sofrido no casamento mas jamais pensara em divórcio, e após ver o próprio filho morrer a sua frente, não parece tão abalada, no fim, revelando até mesmo tendências homossexuais instatâneas, que nunca tinham sido apresentadas. Assim, não sabendo compreendê-la, o público se afasta emocionalmente e não consegue torcer por seu triunfo.
Ao final, a força dessa trama, aquilo que lhe dá vida e cor, é seu mistério, mas somente quando não lhe é dado a resposta, enquanto apenas existe a incógnita.
É isso pe-pe-ssoal! Espero que tenham gostado! Obrigada por todas as sugestões e aguardo vocês para uma próxima! Não esqueçam de votar na nossa enquete para decidir qual será a próxima história criticada, OK? Beijoo e bye bye!

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Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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