Pensando Alto - A Lagoa Azul



Oiii, meus queridos leitores, tudo bem? Sim, eu sei que estavam ansiosíssimos pela estreia desta coluna no blog. O que? Não? Ok, tudo bem, perdoo vocês. Saibam que não tem problema nenhum, afinal, este é um espaciosinho especialmente dedicado aos meus pensamentos, reflexões e devaneios sobre as coisas que me cercam, então, fico mais do que honrada se vocês tirarem o tempinho de vocês pra ler, mas sempre tenho em mente que mesmo se ninguém quiser saber, eu vou falar mesmo assim haha.

Título Original: The Blue Lagoon
Diretor: Randal Kleiser
Ano: 1980
Gente, eu estava assistindo "De Volta à Lagoa Azul", que estreiou no Netflix essa semana (corra lá, recomendo!), sim, de novo. Sou dessas que assiste um filme váriaas vezes kkk. E não pude deixar de pensar nos motivos pelos quais adoro esse filme, mas também no preconceito que ele sofre. Sempre que falo que amo o filme "A Lagoa Azul" geralmente a reação é essa: "ai nossa, credo aquele filme velho e chato??". Aí percebo que essa pessoa é uma dos milhares que nunca conseguiu entender esse filme.

Pra quem não sabe, como eu não sabia a um tempo atrás, a obra cinematográfica baseia-se no livro de mesmo título de 1908 do irlandês Henry De Vere Stacpoole. E é a história de Dicky e Emmeline, primos que acabam naufragando em uma ilha junto a um marinheiro beberrão. Porém após sua morte, se veem obrigados a aprenderem viver neste ambiente selvagem.

"Tá, até ai eu já sei", alguns podem dizer. Mas já parou pra pensar que são duas CRIANÇAS, ou seja seres que não tem noção e conhecimento algum sobre a vida?

Eles não sabiam o que era Deus (Deus cristão), religião, sexo, casamento, emprego, enfim, absolutamente nada que caracteriza um ser humano chamado adulto. No entanto, nós como telespectadores conseguimos acompanhar lentamente o processo do descobrimento deles sobre eles mesmos, em outras palavras, sobre nós mesmos. Recheado com estudos da biologia, psicologia e filosofia, o autor captou extremamente bem as etapas dos personagens. Como a busca do homem pelo ganho do território, quando Dick disputa e discute com um tubarão. Nada mais é que a necessidade pela identidade e ganhos próprios. A vontade de Emmeline de cuidar dele, e da casa, já dando sinais de seus instintos maternos.

Adoro o momento em que o menino diz que quer um livro com todas as respostas do mundo. Quem nunca desejou isso? É nosso anseio pela sabedoria. Sem falar, no desenrolar do romance, mais sutil e natural impossível. Começando pelo olhar diferente sobre o outro, o toque que sente-se agora, de outra forma. Engraçado ver o estranhamento dos dois, que quando crianças viam-se normalmente nus e agora não entendem o que mudou kkkk. Quando finalmente conseguem compreender o desejo sobre o outro, encontram o descanso para suas inquietações.

Enfim, este livro nada mais é do que um grande tubo de ensaio. Em que as reações humanas são estudadas e refletidas. Como num Éden moderno, vemos homem e mulher construirem-se sem a interferência de nenhum agente externo. Que maravilha de experimento!

Sem falar nas reflexões que traz para nós sobre os conceitos mais íntimos: como seríamos em relação ao amor, religião sem as convenções da sociedade? E pode observar, tudo é muito mais puro e honesto. Claro, o ser humano é mal em essência, isso conseguimos perceber no filme, porém caída a hipocrisia da vida nas multidões, é possível nos enxergarmos e lidarmos com nós mesmos.

A verdade sobre a vida! Assim resumo este filme. Homem e mulher, encontrando um no outro as diferenças e o conforto para enfrentarem seus dilemas mais transcendentes. E nos mostrando quais são os verdadeiros anseios da alma humana: o desejo por Deus e por ser amado.


Se você olhar esta obra nesta perspectiva e enchê-la ainda mais de indagações, tenho certeza que nunca mais a verá como chata.

Gente, eu amoooo esse filme!


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