Erika G.

Como vai meus weblovers? Espero que ótimos! Não posso dizer o mesmo de mim, no entanto. Só quem já tirou férias e esteve a uma semana de voltar sabe exatamente como é sentir a depressão que nos ataca, não é mesmo? Mass, bem longe de transformar isto em um mar de lágrimas, vamos falar da web de hoje? E por falar em sentimento de despedida, era este mesmo que eu pensava que iria sentir ao ler esta história. Pra quem não sabe, eu já havia criticado a primeira temporada de "Anjos de Metal" e adorado totalmente, portanto estava mais que contente e animada para sua segunda fase. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que ela não acabou. Surpresa apenas é claro, por mera especulação, pois ao ler a trama podia-se ver claramente os traços de uma ponte, o que não é tão bom assim. Vou explicar!

Autor: Apollo Souza Ano: 2018

Uma ponte, nada mais é que os famosos segundos livros e filmes de uma saga: não apresentam nenhum avanço muito significativo na trama, deixando bastantes pontos em aberto, com o óbvio objetivo de criar uma ligação com sua continuação. Não é o caso de haver algo errado com isso, no entanto, sejamos verdadeiros, não os leríamos não fosse o medo de ficar boiando na terceira parte, não é mesmo? Quando olhamos a trama como um todo, a existência de pontes não faz diferença alguma para a análise crítica final, (a não ser, é claro, de ritmo), todavia, o que acontece quando o que está sendo pontuado é esta parte em especial? E este foi o desafio deste artigo de hoje, não se ater ao que foi ou será, e sim, ao apresentado nesta temporada.

Az retorna novamente sedento de desejos de vingança contra os anjos de metal, especialmente Lucca. Ele então, alia-se a um terrível vilão, Zaon, e juntos criam um vírus (pandora), pretendendo destruir todo o mundo para depois recriá-lo a seu bel prazer. É claro que Lucca não vai deixar isso barato e com a ajuda de seus amigos aceita o jogo proposto por seu adversário: mergulhar em uma realidade virtual, enfrentando uma série de inimigos e desafios enormes que com sua derrota significarão a reconquista do planeta terra!

A história se coloca então em um plano um pouco maior do que o que nos havia mostrado anteriormente. Os leitores que tiveram apenas um gostinho dos anjos em ação com a luta na floresta da primeira temporada, podem se deliciar com os combates, missões de resgate e batalhas, que a meu ver, representam uma ação bem colocada e envolvente. O ritmo no começo é um pouco lento, mas logo para o meio entrega boas situações. O cenário também mudou drasticamente: longe da pequena cidade, agora estamos em um reino onde reis e seres bestiais são normalidade. E aqui um dos primeiros erros: o "mergulho" neste novo ambiente não é muito bem realizado, faltam descrições de cenários, os personagens igualmente não acrescentam a esta ambientação, fazendo com que o leitor não sinta esse "choque" e realmente acredita estar em outra realidade.

E tristemente, vejo este como o grande problema desta segunda temporada. Ela falha muitas vezes em nos fazer entrar dentro da narrativa, pois os personagens tão carismáticos da primeira fase não são aprofundados desta vez. Tem sim, cada um seus bons momentos, mas nada em suas personalidade sofre uma alteração sequer. Senti falta de conhecer os amigos de Lucca, quem são, seus gostos, suas faces psicológicas. No entanto, tudo é feito de forma muito rasa, mostrando apenas suas capacidades em confrontos. Não podemos esquecer que o que liga o telespectador com a persona fictícia não é o que ela faz, mas, quem ela é. Não gostamos do homem de ferro porque ele tem aquela armadura incrível e mata vilões. Não. Robocop também faz isso. Gostamos dele por que é um playboy cheio de dilemas internos que aprende com suas batalhas a ser mais humilde, mas mesmo assim nunca perdendo sua graça. Portanto, ver as habilidades dos anjos em cena, pode ser muito divertido, mas não ganha o coração de quem lê.

E assim, como eles, todos os outros envolvidos não evoluem, aprendem, ou mudam de qualquer forma, (a não ser Az que desiludido, transforma sua raiva em vingança), e quando isso acontece é inevitável a sensação de uma continuação sem propósito algum. É como os episódios de Bob Esponja ou Simpsons, onde todos continuam iguais sempre. É divertido, de fato, mas devemos concordar que não serve para propósito algum, embora, coisas aconteçam. Desta maneira, acrescentar acontecimentos após acontecimentos, não fará sua história crescer, somente se os personagens acompanharem, percebem?

Alguns defeitos técnicos também, mesmo não conseguindo atrapalhar o andamento do enredo, provocaram obstáculos ao entendimento do texto: o autor precisa checar o uso dos pontos e vírgulas, que tornam dificultoso acompanhar o sentido da frase. O narrador muda de maneira abrupta assim, não sabemos muitas vezes quem está falando. E cuidado com a ortografia das palavras: erros tolos foram cometidos. Mas acredito que umas lidas a mais no que escreve e umas visitas emergências a um dicionário resolvam o problema.

Ao final, posso dizer que anjos de metal falhou? Não, não mesmo. Seu enredo, mesmo não desenvolvendo seus personagens consegue levar devido a acontecimentos interessantes, personagens novos bem construídos e a respostas para questões que ficaram abertas em seu início. No entanto, fica claro que muito disso vem do carisma da primeira temporada. Ele conseguirá se sustentar na terceira? Ou será que "Anjos de Metal", assim como seus personagens, já mostrou tudo o que tinha? Veremos. Esta leitora aqui, aguarda com esperanças e deseja ao escritor boa sorte!