Meus weblovers, como vão vocês? Animados pro fim de semana?
Claro que, não tanto quanto para a crítica de hoje, não é mesmo? Gente, estou
muito grata mesmo por todos os pedidos de vocês, já são váaarias webs
sugeridas! E não se preocupem, que eu estou anotando todas para garantir que
sejam analisadas. Mas é claro que demanda um tempo, não é? Afinal, também tenho
minhas obrigações do cotidiano como meu maravilhoso trabalho... Um emprego que
odeio tanto que me faz querer morrer todos os dias... Cof! Cof! Quer dizer...
Vamos a crítica de hoje? E meu Deus! Eu já tive novelas difíceis de analisar
antes, mas esta conseguiu o feito de tornar-se um desafio até o fato de
descrever sua sinopse!
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| Autor(a): Megan Clarke Ano: 2017 |
“Quê”? “Quem é Selma... Ângelo?”...
Sim, talvez sua cabeça
estava girando um pouco, por isso recomendo que segurem-se em algum lugar e
respirem fundo. E saibam que foi desta mesma maneira que me senti ao ler esta
web. O começa estava promissor, mostrando as intimidades e características, dos
não poucos, CINCO filhos da família Farac e o desejo de Megan em conhecer o
pai. Tudo ATÉ, a autora resolver inserir diversos personagens que não tinham
até então nada a ver com o que parecia o tema central da trama! E pior, sem
qualquer introdução ou descrição de quem eles eram, quais eram suas intenções e
principalmente, QUE DIABOS ESTAVAM FAZENDO ALI! Pasmem, já estava quase na
metade da história e eu ainda não fazia ideia do parentesco das pessoas naquela
casa. Simplesmente surgiam nomes e mais nomes de personas que nunca haviam sido
mencionadas antes e de repente traziam seus problemas e emoções a mesa.
E preciso mesmo dizer que em meio a tanta confusão, foi
impossível qualquer afeto e carisma por estes indivíduos? Não né. Como se
interessar, por exemplo, pelo drama de Tellyou? Ele aparece no meio da
narrativa e sequer sabemos nada sobre ele e a autora já quer que nos importemos
com seu drama com sua namorada psicopata? E isto ocorre pelo já dito, “erro de
introdução”. A escritora cria os personagens em sua mente, com suas
características e problemas personalizados, acontece, que ela esquece de contar
isto para nós. Aí então, ela cria toda a emoção e embates que derivam destes
conflitos esperando a reação emocional do leitor, mas sem obter sucesso. É como
se eu chegasse pra você com lágrimas no olhos, lhe pegasse nos ombros e
dissesse: “Meu Deus, a Mariazinha morreu!!!”. Totalmente histérica e
emocionada, eu esperaria o mesmo efeito em você, porém, mesmo que tente você
não conseguirá sentir-se comovido. Pois, afinal, quem é Mariazinha???
No entanto, temos um fato interessante nesta web: apesar de
todos os envolvidos que não adicionam a trama, o bloco Breno, Luisinho e Angel,
tinha sim apresentado algum tipo de desenvolvimento e poderia ter conseguido
salvar algo nesta história, não fosse, um erro fatal: seu enredo. Os blocos
secundários e sem importância, ganharam muito espaço e muitas vezes tomaram até
o protagonismo nas cenas. Assim, o texto apontava para todas as direções, sem
acertar nenhuma. Ele parecia a todo momento indeciso do caminho que queria
seguir, quem eram os protagonistas ou os vilões principais, como Megan, que
parecia ser a grande heroína, mas logo perde o foco quando encontra-se com seu
par romântico, ficando quase extinta muitas vezes, e assim, consecutivamente,
todos os outros personagens. Era como se a autora os guardasse por um tempo,
quando não necessários e resolvesse retorná-los, assim que pareciam úteis
novamente, o que fez torcer por qualquer um uma missão quase inútil, para não
dizer, inviável. Sem contar, nas inúmeras cenas que não serviam para nada! E eu
poderia até descrevê-las aqui, mas em uma narrativa em que nem os personagens
tem propósito, vale mesmo a pena?
Não quero ser injusta, a escrita é decente, o humor funciona
sim, mesmo que nas versões mais sutis e menos repetitivas, o ritmo é agitado e
a web possui um entrelaçar de acontecimentos bem feito. E é isto, precisamente
que faz de sua análise um desafio, pois todos esses quesitos, embora ótimos
quando preenchidos, não podem ser isolados, porque tratam-se de ferramentas.
Ferramentas estas que devem ajudar a levar para um caminho. No entanto, em um
trama que não sabe onde quer chegar, o que quer contar, em que metade de seus
envolvidos e de seus capítulos podiam ser jogados fora sem problemas, assim
como eles, qualquer ponto positivo torna-se inútil igualmente.
Ao fim, acredito, que o grande cerne da questão aqui é: a
autora não escreveu esta história. O que posso perceber é, que ela com seu
visível, porém sem desenvolvimento, talento, simplesmente juntou diversas
cenas, situações, frases e personagens que ela possa ter visto terem feito
sucesso ou que gosta e os colocou em uma web. Como em um caldo em que todos os
que passam, vão jogando seus ingredientes. A sopa fica sem gosto e assim, não
serve para comer. E isso acontece sempre quando não acreditamos em nós mesmo e
em nossas criações e recorremos ao que sabemos ter dado certo. Porém, em meio a
tantas informações de fora, fica difícil encontrar o que de nós está ali
dentro. Nossas mãos, então, passam a ser apenas digitadoras de letras, ao
invés, de mensageiras de nossos corações.
Ah, quem dera ela soubesse que o único ingrediente
necessário é um só: nossa verdade. Mas trocando sua verdade, pela a de outros,
ela tornou-se, infelizmente, tão inútil quanto todo o resto.

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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Designed by starline / Freepik
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