E aíii meus weblovers mais adorados? Tudo bem com vocês?
Digamos que, semana passada não foi um bom tempo para mim, tendo em conta as
duas webs que me fizeram mais dano no cérebro do que a música “work” da
Rihanna, mas passado é passado, certo? Embora alguns resquícios ainda restem em
nossa memória. Ainda me pergunto como alguém pode reconhecer um corpo
carbonizado... Mas, enfim, se por um lado, algumas histórias são tão ruins que
esquecê-las torna-se um desafio, para outras, lembrá-las é que transforma-se
quase em uma missão impossível! E este meus caros, é o caso da trama de hoje!
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| Autor(a): Àgatha Ano: 2019 |
E, ironicamente, seu enredo é um dos mais raros e únicos que
encontrei no meio. Adaptando a lenda do
boto rosa que, habitando as águas doces da Amazônia sai a noite para seduzir
mulheres, podíamos esperar tudo, menos uma narrativa esquecível, e muito mais
quando adiciona uma virada extremamente empolgante: desta vez, é a moça que vem
a seu encontro e desta relação acaba surgindo uma criança. Criança esta, filha
de dois mundos, que, um dia, deverá retornar para assumir o lugar do pai. Cria-se
então, uma ótima base, para o que poderia ter sido uma excelente obra. Sendo
assim, muitos podem perguntar-se sobre o que pode ter acontecido. Mas fiquem
tranquilos, meus caros leitores, pois responder isto é precisamente o meu
objetivo com esta crítica.
Mas, ao invés de focarmos no que não foi feito, iremos
refletir no que poderia ter sido. Vejamos, o que faz uma boa história dar
certo? Vamos pensar então, no que mais nos apegamos ao assistir um filme. No
cenário? Na edição? Imagino agora um bando de gente saindo do cinema
comentando: “você viu aquele rodinho de pia?”, “E aquela troca de cena então,
massa!”. Não, né. Isso mesmo! Nos personagens. São eles que, com seu carisma e
personalidade conseguem fazer com que acompanhemos o enredo.
Imagina agora Vitor, o grande mocinho desta história, ele
sempre viveu na capital, cercado das coisas que mais ama e perto de realizar
seus sonhos, mas peraí, nós não sabemos que sonhos são esses ou que coisas ele
gosta, na verdade, nós não sabemos absolutamente nada sobre ele! Logo, ele se
vê entre essa maravilhosa vida, que não sabemos por que é tão maravilhosa
levando em conta que não sabemos quem ele é, e a nova vida de boto, pela qual
se apaixona. Mas aí está: também não fazemos ideia do porque isso acontece. Em
nenhum momento este novo mundo nos foi introduzido para saber o que há nele de
tão atrativo e nem porque isso atrairia Vitor, do qual, devo lembrar novamente,
não sabemos nada sobre.
Fica claro que neste cenário é impossível se afeiçoar ou
importar-se com essa persona, e isso acontece com absolutamente todos os
envolvidos nesta trama! O que piora quando, além de não oferecer qualquer sinal
característico individual, suas intenções veem-se completamente nebulosas. Como
vitor, que demonstrou sempre uma firme convicção em não querer ser o boto, o
porquê, é claro, não fazemos titicas, mas de repente, e sem explicação alguma,
ele começa a ir ao rio sempre e conversar com a mãe d`agua, e o porque, é
claro... Ah, vocês entenderam... É como se eu me recusasse firmemente a fazer
parte do time de basquete mas todas as sextas vocês me encontrassem na quadra
encestando. Não faria sentido, não é mesmo?
E muitos podem apontar o papel da magia nisto tudo, mas isto
seria totalmente tolo, devido ao outro grande erro desta obra: desde o começo o
conflito central estava no fato de Vitor ter que aceitar ser o boto, caso
contrário, morreria. Entre uma vida indesejável e a morte, a tensão teria sido
muito maior, é claro, mas, logo após, os planos da mãe d´gua mudam, o porque é
claro..., e Vitor passa a ter que decidir por si mesmo se quer ou não ser o
boto e caso não aceitar, estará livre. Ora, sendo assim, se a todo momento era
a própria mãe d´gua que regia as ações do protagonista, então de nada vale esta
história que foi completamente firmada na decisão do personagem!
E não é atoa que chamei esta aposta dos autores de um grande
erro, pois, devido a ela, todo o enredo sofreu uma parada tão forte quanto o
sucesso do Felipe Dylon! Ao colocarem sobre a decisão de vitor todo o desenrolar
da narrativa, a mesma teve que apoiar-se em subtramas para preencher o espaço.
Subtramas estas que não só não possuíam desenvolvimento, como não davam a
mínima pista do porque estavam ali. Nada parecia levar a lugar algum ou ter
qualquer propósito. Assim, o leitor espera pela resolução de Vitor que está
mais clara que nunca e não pode evitar o sentimento de enrolação e tédio.
E a espera do leitor talvez tenha sido um otimismo meu,
porque com o carisma inexistente e vazio de conflitos, não acredito que muitos
tenham ficado para ler o resto. A escrita é decente, embora o humor não
funcione e soe infantil a maioria das cenas. O texto não empolga, a história
não leva e os personagens não encantam.
Sim, a proposta é original, e devemos sempre elogiar a ousadia,
mas nunca, é óbvio, contá-la como um ponto válido, afinal, não é porque uma
ideia é nova, que devemos perdoar o fato de ela não funcionar.
Então é isso meus weblovers, gostaram da crítica de hoje?
Espero que fiquem ligados para os próximos artigos e análises desta coluna. Até
a próxima, beijoo e bye bye!

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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