ADOROWEB: Descobertas




Oláá meus weblovers, tudo bom com vocês? Animados para a páscoa? Ah, e como poderiam, não é mesmo? Bom, mas se existe algo bom nisso tudo é que as pessoas irão enfim lembrar do verdadeiro significado da data, pois do jeito que as coisas estão, somente Jesus voltando mesmo! Pelo menos, é assim que a GLOBO faz parecer né; um dia assistindo esse canal, e já começamos a ver o coronavírus não como uma doença, mas como aqueles megazords do Porwer Rangers que crescem e saem destruindo a cidade!

Mas será que é tudo isso mesmo? Eu não sei, mas de uma coisa tenho certeza: nenhum vírus é capaz de impedir essa coluna de fazer criticas sempre incríveis para você! E hoje, para a alegria e alivio dos nossos corações sofredores, trazemos uma novela realmente encantadora, que promete fazê-lo esquecer de todos os problemas para embarcar nos conflitos e emoções destes jovens!

Ela narra a história da jovem e inocente Maria que, após a morte dos pais, se vê obrigada a mudar-se para capital para viver com sua madrinha. Tudo é novo para a jovem que vem do campo, realidade tão diferente da de stefanny, patricinha rica e mimada que não a aceita em seu colégio. Uma rivalidade implacável nasce então, culminando em um plano diabólico para humilhar a mocinha, quando Stefanny convence o namorado, Jonathan, a seduzir Maria. Mas ela só não poderia prever que os dois iriam se apaixonar!

Chama a atenção, não? A novela realmente tem tudo para entreter, e esse é de fato o seu ponto forte! O texto não perde tempo com pormenores ou tramas inúteis, mas foca-se em desenvolver bem as tramas que possui, captando a atenção da audiência a todo momento. O autor também é sábio em usar as relações entre os personagens para criar conflitos interessantes, que prendem o leitor.

Isso porque, sabe explorar os limites de suas personas. Característica típica do autor que, fez isso muito bem em “Costas negras”: os envolvidos na história são sempre colocados em situações desafiadoras em que, suas crenças ou desejos são colocados à prova ou testados de alguma forma. Como Vitor que se vê diante da dúvida sobre a sexualidade, ou Jonathan que, se encontra sem os atrativos que possuía e passa a enxergar a vida de outra forma. Dessa forma, ele cria um andamento de personalidade que acompanha o desenrolar da história tornando-a interessante de acompanhar, pois o leitor quer assistir a esse desenvolver do personagem.

Mas há uma diferença entre fazer personagens que crescem, com fazer personagens carismáticos. E nisso, “Descobertas” peca um pouco. Ao fazer a trama girar ao redor do conflito Maria Vs Stefanny, ou seja, o bem e o mal, - o que chama a atenção do público,- ela acabou por dividir seus personagens como apenas pertencentes a um desses lados, a turma dos mocinhos e a dos malzinhos, esquecendo-se porém de adicionar qualquer traço de personalide que pudesse os difereciar. Maria por exemplo, não possui qualquer traço caracteristico a não ser o da mocinha que sofre bullying, o que a fez uma protagonista totalmente apática.

E assim acontece, infelizmente, com todos nesta história. Bons ou maus, nunca conseguem de destacar. A não ser, pelo casal Victor e Wesley que, mostraram mais camadas e captaram o coração dos leitores, tendo um desenvolvimento coerente e chamativo durante toda a narrativa.

O enredo, apesar de gostoso de acompanhar, leve e divertido, falha em ter bases de sustentação: Luis e catarina por exemplo, sofrem com a perseguição de Jorge, mas nunca, Ever, JAMAIS, fazem nada para detê-lo! Assim, eles passam a obra inteira aterrorizados por algo que poderia ser resolvido com uma simples ligaçãozinha “alô poliça”! E quanto ao segredo de Maria ser irmã de stefanny? É jogado sem explicação nenhuma e de qualquer forma! GEINTEN, COMASSIM!? As protagonistas que se odeiam a novela inteira são irmãs e você me fala como se fosse a informação da caixinha de suco?? E nunca é explicado o fato do detetive ter dito somente a lucas, filho do casal, sobre a identidade da filha perdida deles, e não para OS PAIS QUE PAGARAM A INVESTIGAÇÃO! E cadê esse detetive falando nisso, que nunca mais apareceu? Pegou corona?

E tudo isso foi feito em uma clara tentativa de esticar o enredo que não possuía muito para explorar e continuou nos mesmos temas, aproveitando-se dos personagens que, esses sim, evoluíam!

O diálogo é despreparado, nunca dando à cena o tom exato do que ela quer passar realmente, assim como a narração que soa tão robótica às vezes, que parece mais o tio do posto distribuindo camisinha, mas, ao final, nada que roube o charme dessa história cheia de conflitos e emoções intensas.

Algo que tenho que parabenizar o autor é a sua extrema sabedoria em passar sua mensagem. E para isso, ele não precisou torrar discursos imensos cheios de pregações exaustivas, ao contrário, ele coloca sua história em primeiro lugar, e deixa que ela fale por ele. Como não sentir a solidão, a dificuldade em assumir-se homossexual ao ver as vidas de Wesley e Lucas? E eles não precisaram dizer uma palavra, apenas conquistar o coração da audiência com suas vidas, fazendo com que os leitores sentissem por eles.

Pois, a verdade é que, quanto mais uma mensagem é pregada, menos ela é aprendida. As pessoas aprendem pela prática, sendo assim, a plateia só irá prestar atenção à mensagem se estiver envolvida emocionalmente. Não importa o quanto a ideia é apelativa, é correta, se os leitores não ligam para a história contada, não se importarão com o que ela tem a dizer! Da mesma forma como, serão capazes de engolir a mais esdrúxula mentira quando dita por quem eles amam.

Ao final, “Descobertas” é uma trama que não ousa, mas se contenta em fazer o que se propôs: entreter com um enredo juvenil. Não há o dramalhão de “O Preço da Vida” nem a apatia de “Em Costas Negras”, tudo na medida, temperado, para uma boa tarde de sábado.


E é isso pe-pe-ssoal! Espero por vocês, para mais novidades e críticas nesta coluna de sempre! Não esqueçam de deixar suas sugestões nos comentários e de lavar as mãos sempre depois de usar o banheiro, hein! Beijoo e bye bye!






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2.    Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.

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