E aí meus webloverss, como vão vocês? Preparados para mais uma crítica? E os que acompanham a página no facebook, (quem ainda não curtiu, pode ir lá, eu espero...) já sabem que a vencedora da enquete da semana passada, foi nada mais nada menos que PSI, da WIDCYBER e que portanto será a web criticada hoje, por isso, não se esqueçam, logo após esta review lançaremos a enquete para decidir qual será a próxima análise. Essa pode ser a sua chance de ver sua história favorita aqui, ok?
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Autor(a): Samuel Britto Ano: 2020 |
Sim, PSI foi a grande vencedora e com vários pontos de vantagem, o que nos leva a crer que só pode se tratar de uma boa história, e, de fato, é exatamente este o caso! Ela conta o drama de Conrado, psicólogo que sofre com o comportamento de sua esposa, Rachel, que após a morte da filha, assassinada há sete anos, entrou em um estado psicológico deteriorado. Até que um dia ele conhece o novo paciente, Anthony, que sofre com traumas no seu passado, passado este que Conrado acredita poder estar ligado a sua filha. Cansado de ver o estado de Rachel então, ele vê em Anthony, que se suicidou logo após, a chance para dar nome ao assassino de sua filha e um fim ao sofrimento da mulher.
Um enredo realmente original e bastante ousado, tendo como base dois personagens em seus piores momentos e quando pensamos que o psicólogo será a solução para o paciente, temos a virada no fim do primeiro capítulo com a morte de Anthonny, e a decisão de Conrado, uma verdadeira ideia de mestre! Como disse, uma excelente história. No entanto, infelizmente, é tudo o que podemos dizer desta trama!
Acontece que existe um grande ditado que diz que ainda que um plano seja ótimo em teoria, não significa que ele dará certo na prática. E os motivos pelos quais isto acontece podem ser muitos, e um deles é a falta dos materiais certos.
Vejamos, o tema central da narrativa é o conflito de Conrado, esqueçam o julgamento, o suicídio de Anthony, tudo isso tem somente a função de fomentar a criação deste conflito sobre o qual girará a trama toda. Mas do que se trata um conflito? Simples, duas informações opostas, brigando dentro de nós. No caso de Conrado, a decisão de ajudar a mulher, com o medo de estar cometendo uma injustiça. Agora, como faremos para levar o personagem a este conflito? É exatamente esta a pergunta que eu estava esperando e é a que responderemos no artigo de hoje!
Primeiro é preciso que ele realize uma ação que seja contrária ao que ele acredita e para isso, é claro, precisaremos de um bom motivo; logo depois é necessário que ele tenha uma prédisposição psicológica condizente, em outras palavras, o leitor precisa ver no personagem alguém que seria capaz de realizar essa ação, mas que guarda em si também os princípios que o levarão a se questionar depois; e por fim, mas não menos importante, os agentes exteriores e interiores que, nada mais são que pessoas, acontecimentos e pensamentos do próprio personagem que ajudarão a formar o conflito dentro dele. Sim, no fim das contas, basicamente uma lista de "como elouquecer alguém!":
1. Motivação - para levar á ação
2. Prédisposição psicológica - para justificar a ação e depois condená-la
3. Agentes exteriores e interiores - para fomentar o conflito
E muitos podem pensar, "bem, a motivação é óbvia, ele fez isso para ajudar a esposa". De fato, a motivação existe e muitos fariam muito por amor, mas a questão é que ela não está aí para motivar você, ou a Maria das couves, mas Conrado, nosso protagonista. E o problema é que ele demosntra tudo pela esposa, menos amor.
No início, encontramos um relacionamento desgastado com um Conrado cansado dos comportamentos difíceis da mulher, sempre questionando suas atitudes e indo contra ela sempre, chegando ao ponto de querer interná-la. E quando diz querer curá-la, é por questão de "honra profissional". Embora ele demonstre sofrer com a situação, o sentimento parece ser muito mais por uma angústia dele do que devido a um amor que sinta, muito menos um amor tão avassalador no qual o autor aposta para fazer com que o personagem realize o ato central e no fim da série, renegue a própria filha por ele.

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Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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