![]() |
Título Original: Uptown Girls Ano: 2003 Diretor: Boaz Yakin |
Não estou a
par de opiniões de críticos nem de sucesso nas bilheterias, mas gostaria de
saber quantos de vocês já assistiram a essa beleza de filme. E a razão, é obvia:
para dizer que se não viram, deveriam. E para quem viu e não viu que assistam
de novo após este artigo. “Como assim Erika? Viu e não viu?”. Bem meu querido
webleitor, é que essa trama pode até parecer apenas uma história tola de uma
babá em confronto com uma menina "marrenta", digno mesmo de sessão da tarde, mas
acontece que sua mensagem não é só profunda como descreve um grande dilema
destes tempos.
Molly nunca
precisou se preocupar com dinheiro. Filha de um famoso artista de rock vive
como uma típica socialite, porém, acaba descobrindo uma fraude ocasionada pelo
empresário a deixando falida. É aí então que aceita ser babá da pequena Ray.
Neste momento é que conseguimos ver as bases para todos os conflitos da obra: a
menina é fria e tem trejeitos adultos demais para sua idade, enquanto Molly, ao
contrário, prematura e inconsequente em todo seu modo de agir e pensar.
Estabelece-se então o confronto entre essas duas personalidades, que sim, gera
risos para a maior parte das cenas, mas muitas questões para a vida.
Tudo isso
mostrado com delicadeza e sutileza incríveis. Logo, o choque desse embate,
junto ao crescimento do laço entre as duas, as leva a encarar suas mais íntimas
verdades. Ocasionando o belo clímax, simbolizado pelo passeio em um brinquedo
das xícaras. E a mensagem que podemos ter do filme não é sobre qual modo de
encarar a vida era melhor, estavam errados igualmente. É sobre o não viver.
A xícara
representava nada mais que o tempo, onde Molly decidiu parar quando criança
para refugiar-se de seus medos, da morte do pai. Enquanto Ray esconde-se em sua
“maturidade fria”, acreditando que não sentindo, não irá sofrer. Ambas, enfim
fogem assustadas de suas vidas, petrificadas em um momento de suas
existências. Logo, ao ver a menina impelir
pela sua mesma escolha, a moça adentra ao brinquedo e as duas rodam. E rodam. Em
uma cena de beleza indescritível. Que com apenas o olhar das personas diz tudo.
Ela está salvando Ray. E salvando a si mesma também.
0 comentários