ADOROWEB - INSENSATEZ: DIVIDIDA ENTRE DOIS SENTIMENTOS!





E aiii, meus weblovers, como vão vocês? Curtindo as férias? Quer dizer, quarentena? Tá, vamos fingir que todos não passaram o fimde em algum churrasco clandestino e seguir direto para a nossa review, shall we? E alguns podem estranhar o meu tom apressado, mas é que, por se tratar de uma coluna que expressa opiniões, temos que ter o máximo de cuidado, pois parece que isso agora virou crime para uma turminha de juristas por ai! E falando em insensatez, vamos para a web de hoje?
Autor: Débora Costa
Ano: 2018

E para começar, devo dizer que esta é uma história atípica. Nunca em minha vida havia experienciado os sentimentos que tive ao lê-la, não por nunca os ter sentido antes, mas por jamais tê-lo visto juntos e conflitando-se a todo momento, sendo eles, o interesse e o extremo tédio! Sim, meus amigos, embora achei que nunca fosse ser possível, esta web conseguiu provar que ao mesmo tempo que uma trama pode ser incrivelmente agitada ela também pode ser um absoluto um porre!

Começamos com Giane, nossa protagonista, que trai o marido, Ricardo, há anos. Não fazemos ideia do porquê, afinal, nenhuma característica da moça nos é apresentada, no entanto, ela diz que está cansada dele, logo, ela resolve lhe dar uma chance, mas é somente ele dar as costas que ele cai nos braços de outro! No meio da novela, no entanto, ela afirma não amar ninguém e, de fato, demonstra traços de psicopatia, ao mesmo tempo, no entanto, que declara amar Sérgio com toda a intensidade, sabe-se lá Deus porquê! Assim, além do leitor não ter nenhuma introdução dos personagens e da motivação de suas atitudes, eles ainda se apresentam totalmente incompreensíveis!

Ricardo mesmo, após descobrir a traição, perdoa a mulher no mesmo segundo e sequer pensa em duvidar dela, pasmem, ele chega até mesmo a levar Sérgio juntos com os dois para uma viagem, sem ter qualquer sombra de suspeitas, e isso porque ela o tinha traído a uns dias atrás! Eu sei que existe corno manso, mas corno com memória a curto prazo é a primeira vez! E dessa forma acontece com todos os outros!

Vejam, para que a audiência se envolva em uma trama é importante que haja a chamada “identificação”, ou seja, o modo pela qual o público consegue enxergar-se naqueles outros indivíduos, isso não significa que eles devam ser iguais, mas que seus desejos e reações devem ser coerentes com a realidade.

E após fazer a audiência ser capturada pelas personas, o que fazemos? O prendemos para que se interesse em ler a coisa toda! E como? Desenvolvendo nossos personagens: criamos uma linha em que ele irá apresentar um conflito, lidar com situações que o colocam em oposição, ter o conhecido clímax, sofrer uma alteração e vencer o problema inicial!

E esta é a lição que “insensatez” parece não ter entendido, quando se foca muitos mais nas ações que apresenta, do que em seus indivíduos. Mas me digam, porque eu torceria por Fernanda, por exemplo? Torcer, é basicamente desejar que a pessoa consiga o algo que deseja, no entanto, Fernanda nada quer, nada deseja; diz amar Marcos, seque sabemos o porquê, eles brigam e voltam no final. Não há conflito, nem mudança, nada. E dessa forma, a autora pede para que o leitor sinta por uma personagem que não sente, acompanhe a trajetória que nada apresenta e fique feliz pela coisa alguma!

Mas eu havia falado das cenas, e é aqui que mora o conflito que anunciei na introdução. A autora demonstra uma criatividade incrível em tecer suas tramas afim de criarem conflitos de bom teor dramático. O ritmo é ótimo, é podemos ver o desejo em criar personagens com características profundas. De fato, Oscar, Vânia e Marta foram boas criações que adicionavam peso com suas personalidades bem formadas, e digo, se a trama girasse em torno do conflito de Marta, mulher casada com o assassino do ex-marido, teríamos tido uma trama muito mais atraente!

A narração é robótica, tendo trechos como este:

Marcos sai, Aline fica séria, o interfone toca, Aline atende, Vânia se aproxima, Aline ouve o porteiro falar.

Mais criativo que isso, só nome de dupla sertaneja!

E eu sei que estamos em tempos de pandemia, mas poderia tomado um rivotril para algumas dessas situações aqui, né. Tá me dizendo que a enfermeira contratada por Augusto para matar Oscar, tem a potência intelectual para contar a ele sobre o plano, ajuda-lo a fugir, colocar outro corpo no lugar dele, mas não pensei em ligar para policia denunciando o mandante não? Ela teria salvado Oscar, preservado o cara de ficar sem a família e prendido o bandido, óia só!

Mas não, meus caros leitores, o 190 é algo completamente descartado nesse universo em que, a todo momento pessoas são chantageadas e não fazem nada! Como Celine que, diz a Roberto que vai denunciá-lo por estar saindo com uma paciente. O problema é que nunca, em momento algum, vimos Fernanda sequer comprar uma aspirina do doutor, quem dirá ser paciente dele!

Ao final, temos uma narrativa bastante movimentada e cheia de potencial, que incita emoções fortes, mas que no mesmo instante as apaga com a frieza de personagens vazios e incompreensíveis; como em um espetáculo de dança protagonizado por bonecos de pano. Ao leitor, menos exigente, ficam os momentos de conflitos que provem bom entretenimento, já ao que busca algo mais, temo não ser aqui que vai encontrar.


E o que acharam pessoal? Deixem nos comentários e até a próxima, beijoo e bye bye!



_______________________

Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2.Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
Direito de Imagem (Rating)
Designed by starline / Freepik
0 comentários