Oláá, como están meus weblovers queridos?
É, parece que os nervos tem
estado um pouco exaltados nesta quarentena, tendo em vista os comentários na minha última crítica que, inclusive, ficou
mara; mas, pelo visto nem todos curtiram. Neste caso, o autor da web, quem
poderia imaginar, não é mesmo? Eu não sei vocês, mas eu sempre fico triste ao decepcionar um autor. Eu até pedi para que ele me
explicasse o seu enredo, a motivação dos seus personagens, talvez, eu,
na minha ingenuidade, não tivesse conseguido compreender a profundidade daquela
obra-prima. Porém, eis o que recebi:
"Se
fode sua puta"
Acho
que ele estava muito magoado para poder falar, uma pena.
É por
isso então que
resolvi lançar a
campanha: "Lázaro, saia para fora!", (levando em conta o interesse
dele por Jesus Cristo), para que assim, ele possa me ouvir e me responder,
finalmente, a sua estrutura de enredo e a motivação dos seus personagens. Então, se você for o Lazaro ou alguém que o conheça, peço que ouça meu clamor! Estarei
esperando, ansiosamente, afinal, "A verdade os libertará", certo
amiguinhos?
Mas
sem mais delongas, vamos a web de hoje?
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Autor(a): Samuel Brito Ano: 2020 |
E
para isso, vamos rebobinar um pouquinho, bem antes do nosso amigo Lazaro e de
Jesus Cristo, em Atenas, na Grécia antiga. Aquiles e Apolo são dois irmãos que após retornar de uma viagem,
deparam-se com a triste notícia da morte dos pais, e eis que no lugar de suas terras
encontra-se o novo teatro feito em homenagem ao rei. Desolados, eles se veem
sem casa ou família. Acontece que, o teatro é misteriosamente incendiado, levando
os dois a serem os principais suspeitos. No entanto, enquanto Apolo é poupado, Aquiles é levado a masmorra, mas
jurando vingar-se de todos o que deixaram ali. Sim, de fato, temos uma boa
sinopse. Agora, o problema, é a história se desenvolver na mesma rapidez que ela!
E
aqui chegamos ao primeiro problema de "A cesareia": seu ritmo. Algo
que devemos entender em literatura é que desenvolver ações de forma rápida, nunca é sinônimo certo de bom ritmo.
Ritmo nada mais é que aquilo que se move conforme um certo padrão, ou seja, se movimenta,
mas não se
atropela, seguindo um equilibrio entre ação e o desenvolvimento desta ação.
Vejamos,
o grande tema da narrativa é a vingança de Aquiles. Nosso trabalho portanto, é ter certeza que o leitor
simpatize com o personagem, certo? Pois se o leitor não se importar com Aquiles
não torcerá para que ele consiga a vingança que que deseja.
Mas,
infelizmente, não é isto que ocorre aqui, pois, devido à rapidez do enredo, o
personagem sequer nos é apresentado. O que sabemos sobre ele? Apenas que é um comerciante. Seus
sonhos, desejos, interesses, até mesmo personalidade, são completamente inexistentes para a
audiência.
O que ocorre então é um afastamento emocional entre a mesma e o personagem.
E
se temos uma vingança temos que ter uma injustiça. E sim, os pais dele são mortos, e ele perde suas
terras, mas tudo acontece de forma tão rápida novamente e o personagem, que
ainda é um
estranho para nós, reage de forma tão rasa, que nada parece afetar o
sentimento do leitor. Sem falar no julgamento do povo ao prender Aquiles que,
acontece sem motivo aparente, e não consegue deixar de soar
superficial.
Mas
nenhum erro é tão fatal nesta trama quanto
seu enredo. Ele simplesmente não sabe onde focar. Em se tratando da saga de Aquiles, é obvio qual deveria ser o
centro dos acontecimentos na trama, mas, acreditem ou não, o protagonista quase não aparece na história! Ao inveś de mostrar seus
sofrimentos dentro da masmorra, por exemplo, fazendo com o que o leitor
sentisse por ele, o autor escolhe mostrar as subtramas, e assim, ele acaba por
humanizar os adversários de Aquiles, ao passo que o condena ao esquecimento e à apatia.
Quando
o mocinho finalmente sai da prisão, então, pedindo por vingança, encontra um leitor
indiferente e alheio à suas motivações. Um verdadeiro desastre infeliz se levarmos em conta a
proposta central da série.
E
ao passo que temos um mocinho apático, temos um vilão confuso. Apolo nunca
deixa clara suas motivações. Diz amar o irmão, mas nunca, em nenhum momento quis
saber do seu paradeiro, sequer se estava vivo; E o plano final, simplesmente não convence, pois tudo o que
levou Apolo ao reinado e à vingança, excetuando por Urias, foi completamente arbitrário: o julgamente do povo,
o salvamento da princesa e a preferência da Sra Martine por ele estavam
completamente fora de seu controle.
Ao
final, quando há o grande encontro entre os irmãos, não há a sensação de clímax, mas a indiferença completa de um leitor
que foi exposto a subtamas inúteis, como a de Melina, que terminou sem resolução convincente, à personagens rasos e
confusos e à uma
vingança que
de tão sem
importância
somente o protagonista ainda lembrava.
A
novela tem sim seus bons aspectos, o autor demonstra saber entrelaçar as subtramas muito bem,
dando aos personagens conflitos internos interessantes, o melhor deles Agatha e
Heros, o último,
o único que teve um bom
desenvolvimento. A ambientação histórica também foi dada sem um texto didático cheio de explicações, mas ocorre
naturalmente, algo difícil e ao que devo dar os parabéns, sem contar no drama central que
tinha uma boa promessa dramática, uma pena, não ter sido aproveitada.
Creio,
enfim, que esta história cometeu o erro de guardar-se para si. É claro ver pelo tema, e por
toda a narrativa, a grandiozidade que o escritor imaginara ao conceber sua
ideia, mas que não foi posta para fora, em nenhum momento. Escrever é tanspôr a ideia de sua mente
para o leitor, e quão mais exata à imagem ao original, melhor escritor você é.
E
isso significa que eu poderia muito bem ter sentido o sofrimento de Aquiles nas
masmorras frias, mas eu não soube sequer se elas eram frias; me colocar em conflito com
Apolo, se eu tivesse sabido que conflitos ele tinha; e ter a emoção do triunfo do novo Cezar
ao tomar a cidade, se eu tivesse me visto ali, em meio ao povo de Atenas.
Então é isso pe-pe-ssoal. Agradeço as sugestões que tem me ajudado muito e peço que compartilhem a campanha. #Lazarosaiaparafora! Beijoo e bye bye!



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Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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