PENSANDO ALTO - EQUALS: A SOCIEDADE CONTRA O INDIVÍDUO: PARTE 2


Assim, criado sem laços próprios com outro ser humano, a pessoa é ensinada a não ver o outro como uma fonte de confiança, apenas um membro de atuação útil na comunidade, como uma ferramenta qualquer, assim, seus sentimentos de segurança e orientação recaem sobre o governo ou a nação que será o pai deste ente, responsável por cuidá-lo e nutrí-lo e ensinar suas crenças e ideologias. 

Todavia, isso nunca conseguirá preencher o papel parental, pois os pais veem a criança como um indivíduo, o amando por aquela essência própria e egoistamente em detrimento de outros, o que é crucial para a auto estima e segurança que o mesmo deve ter para ser apresentar-se seguro no mundo.


O estudo sobre filhos de mães solteiras revela a consequência da falta de uma figura paterna, o que eleva exponencialmente o nível de instabilidade emocional, insegurança e aumenta a probabilidade do consumo de drogas e envolvimento com o crime. Ainda mais são os órfãos e filhos de pais adotivos, demonstrando a importância do sentimento de pertencimento e a devastação emocional que causa o abandono.

Hoje, no entanto, vemos políticas públicas que buscam cada dia mais tirar a educação dos filhos da responsabilidade dos pais e entregá-las ao estado; A formação educacional necessária é negligenciada, evidenciada pelo Brasil em suas últimas posições nos testes mundiais, enquanto isso, a cultura do sexo livre, do relacionamento casual e da intensa propaganda feminista contra a instituição matrimonial, promovem o aumento de famílias mal planejadas e disfuncionais. O que vemos são jovens revoltados, frágeis emocionalmente, que carecem de auto afirmação, o que buscarão nas redes sociais,nas quais podem interagir com o mundo, mas a interação é superficial, feita de troca de curtidas e alimentação do ego. Igualmente, essa busca pela “paternidade simbólica” os farão ver o governo como a fonte de solução de todos os aspectos da vida e alvos fáceis de ideologias extremistas como o socialismo, por exemplo. Sem percebermos, a cada dia mais, essas distopias estão tornando-se realidade.

Por isto, a única forma de combater isso é com o religamento dos laços humanos. Silas conhece Nia, que também possui a “doença” e este sentimento transforma para sempre o modo como veem a si mesmos e ao próximo, não como rostos perdidos na multidão, mas alguém a qual podem mostrar-se como são e a qual a vida para eles possui um valor maior do que todos e do que a tudo, até mesmo do coletivo. Dessa forma, eles criam um núcleo de força que os faz ter coragem para enfrentar o sistema. Simbólica é a cena em que suas mãos se unem para atravessar o corredor, quando dispostos a lutar para ficarem juntos. E essa é a função da família, dos laços, criar pequenas fontes de força, cuidando um do outro como individuos, protegendo nosso direito de ser quem somos nesse mundo.


No final, a relação de Silas e Nia é ameaçada e eles veem-se entre um grande conflito: escolher banir para sempre os sentimentos e integrar-se àquele mundo ou enfrentar a morte juntos. A resposta, não foi difícil. Eles rumam à estação e de mãos dadas novamente esperam o desconhecido, com uma só certeza: a de que já estiveram mortos e a vida começava naquele momento.


Notas 

1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.

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