Oláa meus weblovers mais do que queridos, como vão vocês? Animados pra mais uma crítica? Mas devo dizer, hoje as coisas vão ser um pouco diferentes. Isso porque, eu tive o prazer de saber que a trama escolhida para essa semana foi escrita por nada mais nada menos que Erivan Mandella! Sim gente, aquele meu autor favorito que perpetuou um dos clássicos dessa coluna (ver a crítica de “Amores passados”). Graças a ele, eu tive a inspiração para escrever dois artigos maras e nunca estive tão certa do meu propósito. Por isso, em agradecimento, quero oferecer essa análise como uma carta exclusa e pessoal a ele; mas não se preocupem, vocês podem dar uma espiadinha!
Caro amigo, Erivan Mandella,
(ou “Amigues”, caso você não se identifique com nenhum dos gêneros, ou “animigues”, caso você se identifique com algum tipo de animal, ou espaço em branco, caso, a sequer menção de uma classificação lhe ofenda.)
Chegou ao meu conhecimento o seu grande pesar pela minha análise de uma de suas obras, e eu não poderia sentir mais. Como eu pudera ousar em lhe dizer o que pensava, não é mesmo? Quão insensível eu fui! Não deveria eu saber que, se há algo que não se diz a quem se quer bem, é a verdade? Por isso, quero me reconciliar.
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Autor(a): Erivan Mandella e Carlos Henrique Ano: 2018 |
E suas capacidades metafisicas então? Como Luisa, que era capaz de detectar quem um estranho era apenas o olhando uma vez? E sempre acabava encontrando a pessoa que precisava encontrar por coincidência na rua? Sério, um enredo não pode ficar mais inteligente que isso! Eu adorei o fato das situações não terem necessariamente uma razão pra acontecer, como o estupro de Maria por exemplo, que, se retirado, não faria qualquer diferença, mas quem disse que tudo precisa ter motivo para ser escrito?
E a narrativa segue encantando com situações eletrizantes, como Maria e Guardalupe brigando de novo e de novo, briga essa que não damos a mínima, pois nunca foi bem construída na história; Joana sendo presa, o que sequer ligamos pois nunca a odiamos pra começar, e o motivo nunca foi bem explicado, e mesmo que fosse não teríamos interesse de tentar entender; mais uma briga das duas; Guardalupe descobrindo que a mãe dela ta viva, o que também não faz nenhuma diferença, e;... advinha?
Enfim, uma novela que emociona, pela falta mesmo de quaisquer emoções!
REC!
Pronto! Aí está sua nota 5! Agora, vamos falar sério!
Você deve estar se perguntando agora onde estão os chamados “pontos positivos”, não é mesmo? Coisa que avocou a gritos raivosos em sua ultima aparição; mas aí é que mora a arrogância que apontei em você: quem disse que há “pontos positivos”? Apenas você. E mesmo se houvessem, quem disse que uma critica é obrigada a apontá-los? Uma análise consiste apenas em fazer o resumo do que foi uma obra. Portanto, se há pontos positivos, eles apenas devem ser ressaltados, se não foram obscurecidos pelos negativos, caso contrário, é inútil sequer mencioná-los.
Seu erro então, é confundir uma “crítica” com um “conselho de amigo”. Meu trabalho aqui não é levantar sua auto estima, muito menos cuidar para que você não desista, afinal, não estou aqui para falar de você, mas da SUA TRAMA tão somente, e o que de fato ela é! Assim, eu apenas aponto o que sinto ser o necessário para exprimir isso; como irá reagir diante deste fato, não me diz respeito em absoluto!
No entanto, resolvendo atender seu pedido por um conselho de amiga, resolvi escrever esta carta. E digo para ouvi-la atentamente. Pois se o fizer, nunca mais terá problemas em escrever! Portanto, cuidado! Sua atitude após lê-la, irá revelar se realmente é um escritor ou apenas um arrogante digitador de letras!
Acontece que eu sei qual é o seu problema. O seu problema é que você não escreve mal. Sim, há bons elementos em sua narrativa e você sabe disso; mas aí é que está: você também não escreve bem! Mas está tão deslumbrado pelo fato de ser melhor que a maioria de seus colegas e suas verdadeiras “lixeraturas”, que acredita que isso te faz um verdadeiro mestre da escrita!
Mas como sabemos se somos bons em algo? Nos comparando com os que são, não é mesmo? Teria lógica por exemplo, se Pedro acreditasse ser o melhor nadador do mundo, mas tendo como único parâmetro, ser melhor que senhora idosa que faz hidroginástica com ele? Agora, o que aconteceria se um dia ele visse Michaell Phelps? Sim, todo seu mundo cairia, e ele descobriria que não era bom o bastante.
E este é o seu caso. Você esteve tão cercado do mesmo padrão de escrita e do mesmo baixo nível por tanto tempo, que não faz sequer ideia do que seja realmente escrever, e por isso, acredita ser bom no que faz. Mas a partir do momento, que foi confrontado por alguém que sabia mais do que você e lhe mostrou padrões imensamente mais altos do que conhecia, correu assustado de volta para sua caixinha.
Alguns podem alegar que deixar Pedro com sua ilusão o teria deixado mais feliz, mas é disso que se trata apenas, uma ilusão. Portanto, ele apenas se contentaria com a farsa se seu desejo de se tornar um nadador também fosse uma fraude; pois, somente conhecendo Michael Phelps é que ele pôde saber de fato o que era nadar, e assim, ter enfim, uma chance de se tornar de verdade um bom nadador.
Eu sei, ninguém nunca lhe pediu mais do que isso, não é mesmo? Pois eu estou te pedindo mais. Muito mais! Há um mundo de coisas que você sequer tem conhecimento, e enquanto continuar dentro desse circulo nunca vai descobrir. Então deixe eu ser aquela a te dizer que você não é bom o suficiente!
Eu não ligo para qual seja sua escolha, apenas me importo em ter feito a minha parte. Não se contente com a mediocridade. Você é capaz de coisas que nem imagina! Procure bons livros, boas histórias, se inspire e aprenda. Aí então, volte aqui e me dê você a sua nota!
“Enquanto nos contentarmos com a mentira, a verdade nunca nos alcançará”.
Com carinho,
Érika G.
PS: Bem, aqui está o conselho de amiga que você tanto pediu, apenas que, não sou exatamente a amiga que você está acostumado. Eu sou mais daquelas que realmente quer o bem da pessoa, sabe? Mas, nossa relação se perpetuar, te envio um ursinho no natal, ok? Beijoo e bye bye!

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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