Oláa meus weblovers, como estão? Tá, eu sei que eu dei um atrasinho de 2 dias, mas vocês me perdoam né, afinal, trazer esse conteúdo tão maravilhoso pra essa coluna toda semana deve me dar algum crédito! Haha. E se não o fizerem por mim, ao menos pelo meu estado físico; pois digo a vocês, ler estaweb foi como ser espancada com força, tão fortemente que você precisa de uma semana para diminuir a dor, um mês para assimilar o choque e a vida inteira para lidar com o trauma!
Ela conta a história de Maurício, menino ou moço, (a trama não diz), que é vítima da brincadeira maldosa de seus colegas que, o trancando em um porão vazio e escuro, o deixam lá para passar a noite. Acontece que sua mãe acaba falecendo neste mesmo dia, fazendo com que ele não consiga ir ao enterro. Anos se passam então e tudo o que ele quer é vingança! E você deve estar se perguntando o que faria de uma sinopse como essa, até bastante atrativa, culminar em uma história não somente desinteressante, mas que transforma cada um de seus capítulos em uma verdadeira tortura para o leitor.
É isso aí pe-pe-ssoal. Espero que tenham curtido mais essa análise aqui na coluna! Vejo vocês na próxima, Beijoo e bye bye!
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Autor(a): Lee Ano; 2018 |
E a resposta encontra-se na forma como o autor conduziu a história. Ou seja, na prosa. A prosa na mais é que o modo como você leva sua narrativa. Já ouviu a frase, mais comum entre os caipiras, “vamo prosá um pouquinho?”. “Prosá” ou prosar, nada mais é que conversar. Ou seja, prosa em literatura é a conversa que estabelecemos com nosso leitor.
Alguma vez já ocorreu de você estar conversando com alguém e, de tão desinteressada, quase querer dormir? Ou em outros casos, em uma primeira conversa que teve com a pessoa, ela te levar de uma maneira tão impressionante que você sequer viu as horas passar? E isso, é claro, leva em conta o quanto gostamos da pessoa ou do conteúdo da conversa, mas também, em como ela foi conduzida.
Assim, o modo como escolhemos contar os acontecimentos em nossa história pode torná-la em uma experiência excitante e cheia de emoção, mas também, pastosa e cruelmente cansativa. No caso de “verdade ou consequência”, o escritor aposta em subtramas demais, enchendo a narrativa com personagens que nada acrescentam ou desenvolvem, deixando-a tão cheia de informação que o público mal sabe em que se concentrar.
Ao mesmo tempo, não cria qualquer introdução aos personagens e seus conflitos; não sabemos nada sobre o que querem ou quais são suas intenções. “Mas Érika, sabemos que Mauricio quer vingança”, sim, mas quais razões nos foram dadas para que desejássemos que ele conseguisse o que quer? Veja, não se trata somente de saber quem é o personagem, mas sentir por ele o que devemos sentir.
É como se eu chegasse em você e contasse a triste história da Mariazinha que perdeu o cachorro. Por mais compassivo que você pudesse se sentir em relação a Mariazinha, você não estaria disposto a abandonar seu tempo para sair às ruas por dias e procurar, estaria? Então porque estamos pedindo para nossos leitores embarcarem em uma jornada de mais de 30 capítulos por um personagem que eles sequer sabem nada sobre?
Ao final, o protagonista fica tão apático que sequer nos lembramos dele, ao passo que as situações ao redor, cheia de personagens dos quais não temos interesse, pois nenhum possui carisma para cativar, cria uma bagunça de nomes e ações bagunçadas, confundindo ainda mais o leitor cansado e indiferente e culminando em uma trama sem rumo e sem encanto. Podemos dizer então, que se isso fosse uma conversa, seria como a de um bêbado, que não parando de falar, tenta capitular os fatos em sua mente, mas de tão inebriado somente fica mais confuso.
Eu poderia citar o tom infantil de algumas cenas, uma em particular, provavelmente uma das mais ridículas que já li em uma web novela: quando Shailon, vilão da trama, é confrontado pela empregada com uma colher de pau. Ele se vira contra a senhora, a acorrentando e a espancando ao som de uma música agitada. A cena é tão mal descrita e porcamente conduzida que não gerou nenhum efeito senão o do riso.
Apesar disso, a novela possui sim qualidades: sua atrativa sinopse, com uma ideia até que bem ensaiada e sua descrição psicológica, que mesmo ainda infantil, mostrou-se bem mais evoluída que o normal, descrevendo as sensações dos personagens e suas reações físicas aos acontecimentos, mostrando que o autor tem sim, com os ensinamentos certos, capacidade para realizar uma boa obra. No entanto, sua imaturidade custou-lhe; ao menos, esta história, que não sabendo o que contar, acabou por não dizer nada. Portanto, mesmo que essa conversa não tenha acabado aqui, é necessário que ela se encerre por hora.
É isso aí pe-pe-ssoal. Espero que tenham curtido mais essa análise aqui na coluna! Vejo vocês na próxima, Beijoo e bye bye!

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- Notas
1. Essa coluna está protegida pela lei nº 9.610/1998, Art. 46 III, que protege a utilização de qualquer obra ou trechos dela, em qualquer mídia ou meio de comunicação para fins de crítica, estudo, ou polêmica.
2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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