Oláá, meus weblovers queridos, como vão vocês? E imagino que se perguntando ONDAFUCK EU ESTAVA NESSES VINTE DIAS, CERTO? Mas, para minha infelicidade, não foi desta vez que Chris Hemsworth percebeu que sou a mulher da vida dele e me raptou para uma ilha no caribe, na verdade, como vida de crítica não é fácil, a culpa foi mesmo da história de hoje com mais de 300 páginas!
Sim, é muito pra falar, então, pra economizar espaço, bora pra crítica?
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Autor(a): Felipe Lima Ano: 2020 |
Se você não costumava ir aos cutinhos de manhã ou frequentar a catequese, acho difícil que conheça a história de Debora. Nascida na tribo de Israel, ela cresce vendo seu povo ser escravizado pelas nações inimigas, mas orando a Deus para que lhe enviem enfim um libertador. Corajosa e temente ao senhor, ela recebe então seu chamado para liderar Israel e conquistar a tão sonhada liberdade, se tornando a primeiro mulher a reinar sobre aquela nação
Poderoso, não é? E os capítulos bíblicos não nos dão mais do que a ascensão de Debora e sua vitória sobre os inimigos; nos levando a constatar o enorme poder de imaginação do autor, que tirou deles diversas histórias e dramas. Baseando-se em uma saga forte como essa, e adicionando personagens com problemas distintos e cenas de ação bem feitas, esta trama tinha tudo para ser épica! O que aconteceu, então, para que ela se transforma-se em uma obra mais esquecível que o namoro do Luciano Huck com a Eliana, é o tema deste artigo.
Hoje iremos conhecer os 3 GRANDES ERROS da saga de herói. Mas antes, o que é um herói? Nada mais que o mocinho, aquele que começa a narrativa com um sonho ou objetivo e deve enfrentar diversos obstáculos para alcançá-lo, no caso, a nossa protagonista Débora.
E aí é que está: o que Débora quer? O que deseja? Sabemos que ela demonstra interesse por Deus e suas leis, mas de fato, tudo o que sabemos sobre ela são algumas características psicológicas, mas, em nenhum momento, elas se conectam á um sonho ou intento.
No enredo heróico, o personagem principal é o responsável por ser o centro de todas as ações do enredo, e o modo pelo qual fazemos isso é lhe dando um objetivo. Para Alice, era encontrar o coelho, para Harry potter era enfrentar seus medos, enfim, seja externa ou interna, é necessário que haja uma motivação para o personagem, pois ao contrário, a audiência não irá se sentir compelida a torcer por ele, afinal, não há nada pelo o que torcer.
E isso, infelizmente, é o que acaba acontecendo com nossa mocinha que, apenas reage as situações a todo o momento, nunca as moldando conforme sua vontade. Ela lidera Israel para a libertação, porém, a ação representa apenas uma ordem partindo de Deus e não um desejo expresso do seu coração, e assim, o grande ato da personagem soa somente como a realização robótica de um comando. Não há complexidades ou sentimentos que a tornem única, aliás, seus pensamentos estão sempre longes do público, que nunca tem a chance de se aproximar da principal realmente.
Mas Débora não é a única que sofre desse problemas, na verdade, todos os personagens passam pela mesma apatia, apenas que, com eles ocorrem um erro distinto: ao invés de lhes faltarem desejos, lhes faltam os porquês. Sim, entendemos que Baraque quer um tesouro e que Sísera deseja ser capitão, mas algo que devemos compreender é que, o modo pelo o qual o leitor conhece um personagem não é pela sua ação, mas pelo seu porque.
Você passa pela rua todos os dias, e sempre encontra aquela velha senhora dando comida aos pombos. Bem, a única coisa que você pode tirar dali é que é uma senhora dando comida aos bichos, porque é tudo o que os seus olhos permitem adivinhar ,e assim, você não consegue dizer que a conhece, ela pode até parecer meio estranha; agora, se você descobrir que ela dá comida aos animais, devido a sua enorme solidão pela perda de toda a sua família em um acidente, imediatamente você entenderá seu ato, e passará a olhá-la com compaixão. Da mesma forma é em literatura.

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Notas DIGG TV
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2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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