Oláaa, como estão meus weblovers queridos? Como curtiram o finde? Não pensem vocês que sumi porque estava na fila para o litoral, curtindo uma praia e me bronzeando, não, mas trabalhando de segunda á segunda, imaginando se ser torturada por terroristas seria menos doloroso enquanto lia uma web gigantesca para criticar nesta coluna... Pensando bem, pensem a primeira opção! Sim, minha vida sem nenhum glamour pode parecer dolorosa, mas hoje iremos ver que o dinheiro e luxo também não são sinônimos de felicidade! E quem diz isso são os personagens da web de hoje!
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Autor(a): Marcelo Delpkin Ano: 2019 |
Sim, um tema realmente forte, não é? E ao se deparar com a qualidade da escrita e do talento do autor, você poderá duvidar de que essa seja realmente uma narrativa que não deu certo. Mas se chocará ainda mais, quando me ouvir dizer que ela não somente não deu certo, como deu completamente errado!
Muitos acreditam que uma história ruim é aquela com uma escrita cheia de erros ortográficos ou com cenas sem pé nem cabeça, mas isso não podia estar mais longe da verdade, pois uma narrativa boa nada mais é que aquela que consegue transmitir para o leitor a ideia e o sentimento exato que o autor tem em si, e quão mais parecido ao modelo original, melhor é. Tudo o que atrapalhe este objetivo, portanto, será tido como um erro. Assim, não importa quão bem você escreve, se sua escrita não atingir o coração do leitor, ela falhou.
Mas o que poderia transformar uma obra com potencial em um desastre cansativo e angustiante?
Primeiro, vamos aos nossos protagonistas, os responsáveis por movimentar o enredo e o eixo pelo o qual ele se movimenta. Nosso trabalho é garantir que o leitor queira acompanhar sua trajetória, caso o contrário, ele não se sentirá impelido a continuar lendo, não é mesmo?
Sabemos que Gioconda tem um passado obscuro e que passou a vida inteira fugindo do mesmo. Ela volta pro Brasil então disposta a encará-los pela primeira vez. Só tem um problema: ela nunca faz isso. De fato, Gioconda passa a novela toda fugindo de seu passado! Ela até mesmo casa com um homem que não ama para proteger seus segredos.
Isso porque Gioconda não possui a coisa mais básica e primitiva que existe na ivenção das histórias... o "ATÉ QUE". O "até que", é simplesmente o ponto de virada, o momento em que algo acontece para desencadear uma mudança no nosso herói. Por exemplo, vamos dizer que eu deseje contar a história da Juliana que ia á padaria todos os dias.
Juliana sempre ia á padaria todos os dias, ao mesmo horário...
O que você está esperando que ocorra aqui? Exato! Alguma mudança, algo que aconteça para mudar a rotina de Juliana. Ou seja, o "até que"...
Cinderella sofria por limpar a casa da irmãs malvadas, "até que", houve o baile e ela conheceu o princípe... Peter Parker era um nerd introvertido, "até que"... e infinitamente, é só aplicar o "até que" em todas as histórias que conheça e verá que em algum momento deve ocorrer alguma ação para desencadear uma mudança na vida do personagem.
A única coisa que Gioconda faz durante todo o enredo, no entanto, é entrar em conflitos de novo e de novo com sua rival, Helena, mas nunca tocando no assunto que ela mesmo disse que iria enfrentar, a transformando em uma personagem apática e sem função na história.
Sandro, no entanto, possui sem um ponto de virada, a morte do pai que ocasiona em uma mudança drástica em sua personalidade, e aí é que está: antes da tragédia em sua vida, Sandro viveu muito feliz, sem qualquer indícios de traumas ou sofrimentos, ao ver seu pai morto, entendemos seu sofrimento, mas a reação dele é desproporcional ao que o acontece.
Sim, saber que não temos identidade é doloroso e esperaríamos sim uma crise existencial, mas o que é difícil é acreditar no sentimento de ódio reprimido que ele demonstra contra a mãe, alguém que, a segundo atrás, ele sequer cogitou existir! Assim, a reação exacerbada causa estranhamento e acaba por afastá-lo emocionalmente do público. Algo terrível quando se trata da saga de um protagonista.
Todos os outros personagens não conseguem se destacar. Armanda e Helena, ambos antagonistas, não possuem objetivos concretos, apenas fazendo mal aqui e ali, ou esbanjando ódio histérico, o que acaba cansando o leitor imensamente, exceto, claro, pela épica cena da Helena socando um homem morto, nessa, juro que até me despertei do sono em que estava! Aliás quantidade de brigas e conflitos nessa trama, fez mais parecer uma edição do BBB versão high society! Se chegassem a algum lugar pelo menos, mas tudo o que os evolvidos faziam eram expôe seus ressentimentos de novo e de novo sem nunca sair do lugar!
E esse é de fato, o erro fatal de "Flashback". Toda a estrutura de seu enredo se baseia no passado, enquanto no presente, nada acontece. . Suas personas não possuem objetivos concretos, ocasionando uma morte aqui e ali, como Helena e Armando, remoendo seus sentimentos sem parar, assim como Noêmia ou nunca realizando o que se propõem, a exemplo de Gioconda. E quando há um objetivo e ele é cumprido, na ação de Sandro não há alegria nem sensação de justiça pois nunca compreendemos o ódio do protagonista pra começar. Não há problemas a serem resolvidos, não há injustiças a serem aplicadas, sequer relacionamentos inacabados, tudo já aconteceu.
Está é uma história, portanto que se baseia no que não foi, no que o leitor não viveu com os personagens. E todo a sua base de estrutura está apoiada em revelar ao leitor o que ele não viveu, mas não dando a ele motivos para querer saber isso.
Algo que devemos entender é que um mistério nunca é valioso somente por ser secreto. Se eu chegasse em você e dissesse: eu conheço alguém que trai a esposa! Qual seria a reação? Provavelmente, a indiferença, pois você não conhece essa pessoa, apenas por ser segredo não significa que vá despertar sua atenção. E assim é com esta trama que não dá carisma a seus personagens, mas pede para que o público aguente capítulos intermináveis e vazios para que enfim saiba o que aconteceu no passado de pessoas que não lhe importam.
O autor demonstra uma grande habilidade em linkar diversas tramas, o que é extremamente difícil, sem deixar a trama confusa e complicada demais e conseguimos ver uma tentativa de dar á todos elas sentimentos próprios e conflitos emocionais. Assim, o que esta crítica, que errou e erra muito pode desejar é que este artigo sirva como mais uma passo em direção ao aprendizado.
E quanto á essa web, que ela fique no passado, assim como as lembranças de seus personagens.
Por hoje é só gente, espero que tenham gostado e continuem acompanhando e sugerindo as webs, pois, pode demorar mas eu tento fazer todas as sugestões! Beijoos e bye bye!

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Notas DIGG TV
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2. Este quadro não tem como intuito rebaixar ou menosprezar qualquer autor ou obra, mas sim, de abrir um diálogo em prol da qualidade literária.
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